Orfanato Meninos-do-Senhor

O Nocker vê as coisas acontecerem muito rápido. Ele ouve o bip da mensagem enviada pelo Eshu e chega a lê-la rapidamente. Infelizmente, ele não havia tempo para aquilo! A Sidhe retorna com um médico, com certeza sob efeitos de sua sedução, e ambos adentram a Enfermaria. O tal dr. André esvazia a sala, deixando-os as sós com os pacientes... e o filho do Duque! A Baronesa rapidamente o identifica e o esquadrinha até a porta da sala. O médico os guiava, entretanto as coisas não seriam tão fáceis assim! *Merda!*, pensa o Wilder ao notar o grupo de médicos e policiais que estavam no início do corredor. De um lado, os algozes; do outro, uma porta de emergência bloqueada! O Nocker tentava maquinar um plano, mas a porta explode e o cheiro adocicado do Glamour prenunciava que estavam entre semelhantes. '- Eshu...' - o Nocker sussurra ao ver a silhueta de Idris se revela após todo o Glamour expandido se dissipar. Ele acena, chamando o grupo quase que ao mesmo tempo que a Sidhe monta mais uma vez o palco, "ordenando" que Íkkarus retirasse o moleque dali aos sussurros, enquanto ela anunciava aos policiais uma tentativa de molestagem. Os olhos de Íkkarus inevitavelmente se arregalam diante da audácia da Sidhe; acusar aquele que ela havia apurado os mais belos sonhos de amor era nojento demais!... até mesmo para uma bitch como ela. Naquele instante, ele sente o ventro frio da Banalidade passar pelos seus pés, tremendo todo o seu corpo, mas não o afetando. No fim, o teatrinho serviria para salvar o menino e os retirar rapidamente daquele lugar maldito! Com a Sidhe jogada aos braços de um dos policiais, ele apenas sussurra pro médico: '- Desculpa, doutor...' - Ele então olha para o menininho de ouro e complementa: '- ... vamos, amigo... a nossa cavalaria nos espera.'. O Nocker pega o garoto pela mão e sai, de fininho, como quem não queria nada. Íkkarus não era a pessoa mais furtiva, nem seu visual ajudava a passar despercebido... mas, magicamente, ele consegue ir até a porta recém-aberta sem ser percebido. Ele apenas passa direto por Idris, falando sem parar um segundo: '- Escolha seu papel, Eshu: salvar a donzela ou seguir o grupo de fuga.' - E com isso, ele parte com o menino. O carro de John Smith estava a uns 20 metros dali... era para lá que ele iria. No caminho, ele escreve uma mensagem para Ariana ("Estamos indo pro carro com o menino. Venha a passos de lebre!") continuando seu caminho sem olhar para trás e segurando a mão do menino firmemente.

OFFGAME: 1 sucesso no teste de Glamour contra a Banalidade do lugar.

                    3 sucessos num teste de Destreza+Furtividade, dif. 6.

O Nocker sorri com o que o companheiro Eshu responde, afinal era fato que a tal baronesa não era muito uma flor que se cheirasse... ainda mais depois do wilder ter presenciado o que ela era capaz de fazer. Ela gostava de brincar com as pessoas, descartá-las quando não fossem mais necessárias. Tudo bem, estavam numa situação crítica... mas será que ela não poderia manipular os guardas de outra maneira? *Eu quero só ver como ela vai sair daquela merda sozinha...*. Ele olhava para a porta de saída de emergência, esperando a aparição da baronesa enquanto procurava algum sinal da outra Sidhe. Ele pergunta a John: '- Você não viu a Arianna? Ela se desgarrou do grupo logo na entrada... espero que ela não tenha sido pega.' - ele então volta para o moleque e apenas fala: '- Ansioso para reencontrar seu pai?'

A cena que se segue é digna da mais bela película de cinema! As duas Sidhe avançavam, de mãos dadas, em direção ao possante de fuga, enquanto o vermelho-fogo se alastrava no interior do hospital, revelado pelo reflexo na porta carmesim. O Nocker ouvia os gritos de desespero, ouvia as passadas agitadas dos humanos... sabia que Arianna não feriria ninguém e que o fogo "logo logo" seria controlado. Aquela havia sido a distração perfeita! John Smith aproveita para abrir a porta do carro para as damas, que se acomodam ao lado do Nocker e o pequeno garoto real... felizmente, as duas eram égides da magreza e ocupavam juntas apenas um assento e meio - o menino ocupava meio assento. O wilder comenta para a jovem de cabelos dourados: '- Que bom que suas habilidades foram proveitosas, Arianna! E que florete bonito... uma Quimera muito bem construída!' - o Nocker, então, se mantem atento a fuga. Voltava a olhar para a janela, observando o hospital se distanciar diante de seus olhos. Ele escuta a gritaria que John Smith e o Eshu faziam no banco da frente. *Eles são malucos...*, pensa Íkkarus, enquanto que ao seu lado, Arianna gargalhava com a ventania que tomava o interior do carro com as janelas abertas. *... definitavamente, todos eles!*, ele completa mentalmente. Assim, o grupo parte. Íkkarus, diante da algazarra, prefere voltar ao seu perfil introspectivo, se deixando apenas murmurar ao ritmo da música que tocava na rádio, enquanto batucava as mãos em suas próprias coxas. Ele encara o caminhão do corpo de bombeiros e suas luzes intensas... elas iam diminuindo a medida que eles se afastavam. Era realmente um alívio ter passado por aquela missão.