Ruas do Ducado

Vendo que tinha sido deixada de lado pelo Grifo, Arianna se retira por um tempo e se posiciona atrás do Eshu observando a chegada de Pepe sem entender o que era aquilo e de que lado Pepe estava.

John Smith que agora era um leão parte para atacar o Grifo e tenta morder seu pescoço para subjugar a Quimera. Seu boca chega atinge o pescoço da fera, mas seus dentes escorregam no gelo e ele não consegue segurar a mordida. Dois longos aranhões no gelo surgem onde os caninos de John passaram rachando ainda mais o gelo na área.

*PAPAGAIO DE PIRATA INVERNAL..*

O Eshu, com o braço rasgado pelo grifo, não chega a falar o impropério que pensa, este, se coloca em posição de proteção à Arianna, que encontrava-se bem mais ferida que ele..

“-A senhorita perdoe minha intromissão..”

Quando escuta as palavras da Sidhe.

*Esta vadia quer beber numa hora dessas?... bem.. eu não posso culpá-la..*

“-Embaixo do banco do passageiro, GUARDE UM POUCO PARA NÓS, JONH AINDA NÃO PROVOU...”

E, quando se virava para voltar a encarar o grifo, uma das facas volta ao corpo de Idris.

*Showtime...*

A Baronesa observava a fantástica luta que ali acontecia. Seus amigos usavam de seus poderes feéricos:


*O Eshu se move veloz como o vento, o Nocker invoca algum tipo bizarro de Quimera, John se transforma num leão e a princesinha ali acende velinha de aniversário.*


Agindo de maneira rápida a Sidhe procura rapidamente a garrafa dentro do carro e quando a encontra ela sorri de marota para o menino ali em sua frente e fala: 

"- Por que você não dá um golinho desse remédio aqui? Eu juro que vai fazer você se sentir melhor..."


A jovem fala enquanto destampa a garrafa e leva até os lábios do garoto.

O menino olha para a bela mulher que acabara de lhe salvar oferecendo um remédio e obviamente ele segura e bebe aquela bebida que trazia as melhores lembranças, ele por um segundo torce a cara com a bebida e logo depois seus olhos se abrem como se tivesse tido uma revelação. Ele diz:

" - Mâe... "

Uma luz se espalha do centro do peito do menino, é uma luz forte que faz com que não seja possível enxergá-lo tamanha a sua intensidade.. A luz ilumina todo o beco por uns instantes e quando dimunui Evony consegue vê-lo em sua forma Faérica. Ele parece um pouco perdido com a situação e pede:

" - O que é esse nectar? Me dê mais!"



Já o Grifo continua na sua batalha tentando ir atrás de seu objetivo, ele estava cercado e sua atenção é retirada do Eshu por John em forma de leão. É possível ver algumas rachaduras na sua proteção de gelo enquanto ele fica em pé nas suas duas patas traseiras com as longas asas abertas e cai por cima do leão com as patas dianteiras. Porém seus movimentos estavam ágeis, afinal, era um leão. Em um salto para o lado John sai da linha de acerto do grifo que solta um berro irritado. Apesar das rachaduras é possível notar que ainda havia muito gelo cobrindo a Quimera, isso parecia que ia levar um bom tempo...

Já Pepe aguardava as ordens de Ikkarus que balbucia umas palavras aleatórias em portunhol, apenas responde:

" - ¿Dime Señor? ¿Quién tengo que atacar? ¡no comprendo su mensaje!"

A Baronesa olhava encantada por seu plano ter dado certo. Agora ela tomava a garrafa das mãos do jovem e a tampa novamente escondendo a garrafa junto de si. 

Olhando com seus lindos olhos verdes e hipnotizantes, a jovem fala:

"- Agora você lembra de quem você é?"

A luz celestial da lua de fúria abençoava os céus daquela cidade adormecida. Seus acalentadores raios iluminavam as ruas cinzas do Rio de Janeiro e traziam conforto a aqueles poucos que se permitiam desligar de suas obrigações mundanas, apreciar a beleza do divino e sonhar... mas será que realmente ainda existe, neste mundo triste, algum lugar para sonhos?...

Kalliope se questionava enquanto saltava sobre os prédios em busca de seus irmãos quando um rugido-gralhar chama a sua atenção.

* Por ali.*

A jovem salta por tetos e telhas e corre sobre muros enquanto, a cada passo, sente mais forte a presença do sonhar.

* Rápido..*

Seus saltos passam a desafiar as inexistentes leis da física e seu rápido passo se emiscui do observar.

Ela escala... E segue e avista.

Em um pequeno beco, um Enorme grifo atacava a quem ela deveria proteger. Por muito pouco não chegara tarde demais.

*Bem na hora.*

No solo seus irmão combatiam e arfavam, sangue nobre tecia veios de azul sobre as ruas e a besta que ali jazia, como grande algoz se prostrava.

* Não  mais...*

A jovem salta rumo aos céus e, por um segundo, o mundo inteiro parece silenciar. O arfar e o gralhar param, o vento espera e mesmo a luz atenua.

Sob a luz da lua, aros de arco-iris se formam em piruetas que parecem descer dos céus rumo à criatura atingindo-a de forma fulminante... mas nenhum barulho é feito.

O Grifo, junto à lata de lixo, em visíveis frangalhos de gelo, são arremessados longe e semi-destruídos, enquanto da poeira que se erguia na noite, uma gigantesca e bela Troll, que aterrissara em pouso heroico, se ergue segurando uma magnífica espada com cabo de pedra e dizendo:

'- Se afastem. Eu cuido disso.'

A troll se ergue altiva. A luz lunar realçava o belo azul de sua pele. Suas feições, entalhadas do mais belo mármore, e seu físico, impecávelmente esculpido da mais resistente rocha, resplandeciam sob o céu noturno.

Seus traços fortes, mas esculturalmente belos, e seu tamanho gigantesco traziam à memória as lendas das amazonas de outrora.

Em sua cabeça, cabelos loiro-azulados cascadeavam até a altura dos ombros e, em uma de suas mãos, uma gigantesca espada de pedra, a lendária Caladbolg era empunhada.

John em forma de leão dá um salto para trás com a chegada da Troll, sua forma volta para a normal. Ele olha embasbacado para a forma daquela gigante maravilhosa.

*Imagina como nossos filhos seriam...*


" - Milady, ele é todo seu.."


Ele fala ajeitando seu chapéu.

A Baronesa aproveita a distração do filho do Duque para esconder a garrafa embaixo do banco, sabia que ele não deveria beber mais. Quando um brilho rapidamente chama a sua atenção a Sidhe pode perceber a chegada de alguém muito grande, que vem destruir a criatura. Num gesto instintivo a Baronesa baixa o vidro e põe a cabeça pra fora do carro para ver melhor e fica admirada pela beleza e elegância da Troll.  

Ainda não conseguia ver seu rosto, mas por algum motivo seu coração dispara e ela passa a observar atentamente ao combate.

O Eshu sentia a adrenalina correr feito atletas olímpicos dos 100m sob suas veias, Idris conseguia, naquele milésimo de segundo onde seu coração não conseguia completar nem um batimento, perder-se em uma fantasia onde imaginava sua adrenalina como milhares de microscópicos cavaleiros cavalgando em uma investida louca, saltitando entre suas hemácias e bradando seu grito de guerra.

O Eshu sorria enquanto encarava a criatura que se agigantava sobre ele. O changeling podia sentir a mudança no ar, o clímax da história se aproximava e ele podia sentir seu gosto.

*Seria minha morte?* -Pensava ainda sorrindo.

Ele vê a estranha aranha mecânica esperando o comando de Ikkarus, vê John engalfinhar-se com a criatura, o Nocker atravessando uma cortina de fogo utilizando uma lixeira como aríete, *Aaahh Carmesim, como você adoraria estar aqui..*, mas aquilo não era o clímax, ele sentia em suas veias, a história era tecida e seus olhos com mil facetas sabiam discernir a fibra das lendas...

*Pela honra do pesado grão de areia sonhador..*

Um raio azul cai sobre o grifo, estilhaçando metal, gelo e carne em sua queda, o pouso? Digno da mais celestial das criaturas em sua descida dos céus.

*ISSO..*

Ele escutava as palavras da pequena Sidhe e, em um gesto Fluido, estala os dedos, fazendo uma lâmina voar da pilha de escombros onde o Grifo fora arremessado, e, em ato contínuo, faz uma mesura a pequena Fada.

“-Estou dispensado de meus serviços minha senhora? Falhei miseravelmente em sua guarda..”

O Eshu continuava com um sorriso no rosto, mas, com os sentidos aguçados, caso a besta alada desejasse continuar a contenda, ele não teria a mínima piedade, e, a próxima lâmina que voltaria, voltaria diretamente do coração da criatura.

O grifo é jogado pela Troll que acabara de chegar e bate em uma das paredes do beco. Boa parte do gelo é quebrado, é possível ver sua pele com alguns ferimentos nela também.

Uma sutil movimentação no glamour do local é se sentida e ao lado do grifo surgem duas pessoas através de um portal que se abre no ar. Um usa uma máscara e o outro é claramente um redcap com uma aparência de bobo da corte macabro.

A pessoa de máscara fala para vocês, é possível ouvir uma voz feminina:

" - Servos da Imperatriz do Inverno. Nossa Soberana exige a criança que está no carro. Caso nos entreguem a criança, será agendada uma reunião protocolar entre vocês e ela para que vocês tenham a oportunidade de pedir perdão e auardar suas punições. Caso não aceitem, traremos ainda mais o peso da guerra sobre o Império."

A Baronesa se limita a fica no carro e olhar atentamente aquelas novas figuras. Detêm sua atenção em especial na mulher mascarada, mistérios são como uma droga para a Casa Eiluned e a Baronesa não seria diferente. Também mantem sua atenção no garoto e na Troll que lhe fascinava de uma maneira inesperada.

Idris ainda esperava uma resposta da pequena Sidhe quando sua espera é interrompida pelo aparecimento de um portal.

As figuras que emergem do mesmo são fascinantes e mórbidas.

"-Claro que entregaremos a criança, ó Lady mascarada que não tem educação suficiente para se apresentar, porém, creio que temos uma pequena discordância quanto ao destinatário, veja, a não ser que me conte que vossa gélida Imperatriz é secretamente a mãe de nosso infante amigo, temo não poder ajudá-la.."

Com um sorriso no rosto, mas um frio na espinha ao encarar a Redcap, ele finaliza.

"-Porque não marcamos uma reunião protocolar para definir a maternidade desta criança para com vossa soberana e deixamos vocês levarem o animal de estimação para os cuidados de casa?"

A mulher de máscara escuta a fala do Eshu tagarela e fica em silêncio por alguns segundos enquanto o Redcap olha para ela esperando alguma ordem.

Ela solta uma risada e fala:

" - HUAUHAHUAHUAHUA Idris, o fruto não cai mesmo longe da árvore.. Você tem um olhar perspicaz, só errou ao falar "secretamente". É sabido que nosso pequeno Edvan é filho da Imperatriz do Inverno e do Duque Keldriam, não foi falado isso para vocês?"


O Redcap fala em uma voz esganiçada:


" - Não temos muito tempo aqui e não vamos ficar dando explicações. Devolvam logo o menino e tudo ficará bem."


As espadas do Redcap saem de sua capa e voam em volta dele com todas as pontas viradas para vocês. São aproximadamente oito espadas.

Apenas anos de atuação fazem o Eshu manter a pose após a afirmação de que o garoto era também filho da imperatriz do inverno, e, ainda mais que isso, o fato do Redcap se referir com aparente familiaridade à ele.

"-ORA, não precisamos então piorar ainda mais esta situação meus amigos, mas, antes que possamos prosseguir - O Eshu utiliza de toda sua vontade para não travar os dentes de raiva - Meu amigo malabarista de lâminas poderia me dizer como conhece a árvore da qual cai?"

Apenas os mais perceptivos poderiam notar um leve tremor no braço de Idris que nada tinha a ver com medo ou ansiedade....

A mulher de máscara escuta mais uma vez o Eshu que parecia seguir seu monólogo. John Smith em forma de leão andava de um lado para o outro como um animal faminto enquanto Arianna ainda ferida para ao lado de Ídris olhando bastante para John Smith.

A muher mascarada diz:

" - Não somos seus amigos, minha criança... Se seus aliados e líderes não podem ser honestos com vocês, cobre dos hipócritas as respostas."


O Redcap corta falando para a mulher mascarada:


" - O tempo está acabando, temos que ir.."



Arianna corre em direção à eles, pula em John Smith em forma de leão e salta com espada em riste pronta para atacar o Redcap gritando:. 

" - NINGUÉM SAI SEM EU MANDAR!"


Rapidamente, um novo portal se abre embaixo dos comensais da Imperatriz fazendo com que a mulher, o redcap e o grifo caiam por ele. 

É possível ouvir apenas a gargalhada do bobo da corte enquanto eles caem.

Arianna sem ter o alvo a sua frente simplesmente se perde no movimento, caindo com força no chão.

Estão só vocês novamente.

A Baronesa observa o desenrolar da cena com atenção. As revelações da mulher mascarada fazia com que Evony olhasse para o jovem com outros olhos. 

*Ele é filho da Imperatriz do Inverno? Então o Duque é envolvido com ela de alguma forma... Isso também quer dizer que esse garoto tem sangue Leanhaun!*


Evony fica calada o tempo todo segurando de maneira gentil, porém firme, o braço do garoto como se tivesse medo que alguém o puxasse para longe. 

A Sidhe morde o lábio para não rir diante a queda de Arianna. 

* Quem tonta essa Arianna! Não consegue fazer nada direito... Deveria pelo menos ser útil já que não é agradável!*

A cena se desenha rapidamente, as bravatas daqueles que muito sabiam são extremamente mais bem sucedidas que os floreios de Idris, e, sem mitivo aparente que não - “o tempo está se esgotando” eles partem, partem bem a tempo de deixarem John o leão e a pequena Sidhe caírem pelo chão...

O Nocker, por sua vez, com o carisma que lhe era peculiar, vem com conselhos extremamente pertinentes.

“-Também creio que deva ser prioridade o regresso da criança.. caso seja necessário, posso ir de outra maneira..”

O Eshu divagava sobre tudo que havia escutado, e, sentia-se, pela primeira vez naquele dia, um tanto quanto desmotivado.

“-Creio que seja melhor se apressarem, eu dou meu jeito de chegar lá...”

John volta a sua forma normal e ajuda Arianna a se levantar.

" - Lutou bem minha dama."

Se vira para Ídris:

" - O Nocker tá certo, o porta malas do meu carro tem bastante espaço e vocês andarem sozinhos por aí em uma noite como essa não me parece seguro. A última coisa que quero é impedir seus caminhos, mas é minha sugestão!"

Olha para Pepe:

" - Esse... robô? Pode ir também no porta-malas. Vocês precisam devolver ele no orfanato, não é isso? Vamos!"

Arianna se levanta e vai em direção o carro.

John acende um cigarro, chega perto de Ídris, bota a mão em seu ombro e fala:

" - Presta atenção, escuta alguém ja viveu muito coisa nessa vida. Não sei o que aconteceu aqui, mas preciso te falar uma coisa. Esse mundo que a gente vive é muito mais complexo do que o mundo dito real lá fora. Aqui você vai encontrar alegria, amores e aventuras. Mas te garanto que também vai encontrar dor e sofrimento. Nossa maldição é que a gente pode acabar com esse sofrimento a qualquer momento, então tenta ver a beleza até mesmo nisso para que você ainda demore para decidir esquecer tudo."

Ele olha para o carro, ajeita o chapéu e diz:

" - Agora vamos que essa noite ainda quero aquecer minha cama com uma daquelas três ali.. Só espero que minha cama aguente a azulona!"

E vai andando.

OFF: 
No carro:
  John (Dirigindo)
  Arianna (atrás)
  Evony (atrás)
  Menino (atrás)

Charlize pode ir na frente pra caber ou no porta malas. Outra opção dela é ganhar um de banalidade para ignorar seu aspecto feérico

Pepe segue Ikkarus para dentro do porta-malas. Ele entra, emite seu feixe de luz para analisar o ambiente e solta sua opinião com voz metálica:

" - ¡Mira, Que rico!"


Enquanto aguarda os últimos posicionamentos.