A Casa Mal Assombrada de Zvenn

O Porco parecia incomodado com o fogo, já tinham tentado assar eles vezes o suficiente para ele saber que não era nada bom.

O Conde observa curioso o espelho de Evony e fala:

" - O nome da menina é Amélia, mas acho difícil conseguir ver algo sobre ela apenas com o nome outonal. Mas algo aconteceu no meu terraço, acho que vale a pena tentar ver alguma coisa lá. Ainda temos algum tempo antes dos vizinhos notarem o que tá acontecendo e chamarem os bombeiros."

Nesse momento Evony, que não costumava se abalar muito toma um susto. Uma grande nave espacial se materializava no alto da casa.

A Condessa assente para o Conde e logo se põe a usar os poderes de seu espelho mágico. 

"- Espelho mágico na minha mão, mostre a mim os responsáveis por essa invasão."


Assim que a nobre termina os seus encantos uma espiral de névoas vai se abrindo e revelando terraço do Conde. Uma estranha cena era vista pelos belos olhos de Evony. 

Ela reconhecia Margarita, sua sátiro, o Sátiro João-Sem Nome, uma Troll desconhecida, a Wyvern mencionada pelo Conde e dois humanos caído. 

Evony começa a relatar a cena ao outro Sidhe até tomar um susto e ver uma imensa sombra tomar conta da cena. Instintivamente ela ergue o olhar do espelho par o céu e pode notar uma nave espacial que havia se materializado no céu. 

Sobressaltada e estando apenas na presença de outra Sidhe a nobre deixa transparecer o susto ao ver a a nava alienígena nos seus enquanto fala:

"- Mas o que em nome do Sonhar é aquilo?"

O Conde escutava o relato de Evony, ele então olha para a nave espacial tão impressionado quanto Evony. O Eiluned então começa a recitar para si mesmo:

" - Por minha mãe, Maria Eusébio que morreu vítima de doença, meu pai, Carlos Eusébio que morreu de infarto, meu amigo João Carlos que morreu vítima da violência, meu amigo Madruguinha que se perdeu para a Brumas.."

O ar o do local começava a esfria e uma pequena névoa branca começava a aparecer. Aquela parecia uma arte um pouco diferente das que Evony estava acostumado a ver. Mas o Conde era um Eiluned e mágica era o forte da casa, bem como intrigas.

Evony assiste ao Conde de Rodiart usar de sua magia. Os Eiluned era conhecidos por serem feiticeiros poderosos e ela pode perceber que ele se utilizava de entes perdidos para se conectar com a misteriosa arte do Inverno. Era algo assustador perceber o poder do frio que era tão diferente ao calor da própria Condessa que detinha o poder das artes do Verão. 

Uma névoa branca tomava conta do local e ela fala ao conde: 

"- Você cuida dos Invasores e eu cuido da Infante. Só peço a gentileza de não machucar minha sátiro e me permita lidar com ela eu mesmo..."

Evony falava meio pedindo, meio autoritária como era de sua natureza Sidhe. Saindo do carro ela abre a porta de trás e fala:

"- Vem Porco!"


Evony olha com cuidado para a casa, sabia que com o tempo a arte do Duque apagaria o fogo mas o seguro morreu de velho e em tempos incertos do Inverno a Sidhe prefere tomar precauções. De maneira rápida ela arraca uma cortina e corre até a cozinha aonde liga todos as torneira para deixar o tecido molhado afim de proteger-se melhor do fogo. 

Após molhar o tecido ela se prepara para subir as escadas ao lado do Conde e de sua Quimera, o Porco.

O Conde finalizava seu truque e uma camada de gelo começava a surgir nas paredes da casa que eram derretidos com o fogo. A situação abrandava bastante o incêndio, porém a casa com certeza estava bem destruída.

Enquanto Evony sobe o lance de escadas, ela escuta dois estouros seguidos metálicos e altos. A frieza do barulho chegava a incomodar a Sidhe devido à sua simplicidade. Eram dois tiros.

Ela enfim sobe o último lance de escadas a tempo de ver a Troll apontando a arma para a própria cabeça e disparando sujando a Nobre com pedaços de cérebro de uma forma extremamente banal.

Olhando para a nave vê Marga e Íkkarus dentro dela, a Wyvern solta um urro ameaçador para a única pessoa que estava ali. O porco.

Tudo acontece muito rápido, mas de certa forma a Sidhe consegue perceber tudo como se a cena estive em câmera lenta. 

Ela consegue ver Margarita pulando com a infante para uma nave espacial tripulada por Ikkarus e pessoas que ela não conhecia. Eles conseguem ver que Evony haviam chegado ao local mas simplesmente vão embora, abandonando-a. 

*Pra onde eles foram? Por que foram sem mim?*

O Gosto amargo da traição trava na boca de Evony. Em um movimento rápido a Troll saca uma arma e dá dois tiros na cabeça dos Kinains do Conde que morrem imediatamente. Em seguida ela vira a arma para a própria cabeça e dispara. 

Mais uma vez a cena é vista em câmera lenta enquanto sangue e entranhas atingem o rosto da Sidhe. Ela observa cada detalhe do rosto azul da Troll e por um segundo se lembra de sua amada Calixto. Um dor profundo atinge o cerne da nobre que é confrontada com sua própria banalidade mortal. Uma troll morria de forma indigna e covarde, vidas de Kinains foram perdidas. Evony fora abandonada a própria sorte por sua mixórdia e os sentimentos avassaladores são demais para Sidhe que sente de forma profunda o peso frio da banalidade. 

Num último segundo a Condessa vê uma a Wyvern furiosa olhando na direção de seu Porco, o único que lhe era fiel. Infelizmente, o peso da banalidade sobrepuja a vontade da Sidhe que por alguns segundos não enxerga mais a Wyvern, nem o Porco e nem a si mesma. 

Sem saber como chegara ali e se deparando com toda a sujeira em si e os corpos a sua frente, a jovem Alessandra Machado apenas grita a plenos pulmões enquanto chora enojada por todo o horro a sua frente.

Alessandra vê um homem subindo as escadas, ele se coloca entre ela e o nada levantando as mãos como se fosse para apaziguar algo que não estava ali. Seu pequeno porquinho rosnava também para o nada, parecia ter mais coragem do que seu tamanho indicava. O homem olha para os corpos no chão e por um momento abaixa os braços, olhando perplexo para a cena, mas logo em seguida retoma o que estava fazendo.

Alessandra tentava assimilar as informações ali quando o Sonhar a chama de volta. Mais uma vez ela vê a Wyvern que parecia confusa, mas ameaçadora. O porquinho era novamente seu PORCO e os três corpos humanos ainda estavam lá caídos no chão.

O Conde que não era apenas mais um homem fala para a Condessa:

" - Vossa Excelência está bem? Lembre de quem você é e me ajude aqui! Algo a assustou e não estou conseguindo controlar.. Acho que foi o Glamour da Crisálida!"

O porco rosnava e apenas esperava a ordem de Evony para agir.

Alessandra Machado ficava ainda mais assustada com a presença de um homem velho e branco desconhecido. Em sua pouca experiência de vida, os homens brancos mais velhos eram os mais perigosos. 

Eis que então o homem fala algo e a Condessa Evony de Eiluned volta a consciência.

Evony estava furiosa por ter sido cruelmente abandonada a própria sorte pela mixórdia e ainda abalada pela morte da Troll que tanto lhe lembrava alguém, mas ela não conseguia lembrar exatamente quem. 

Suas lágrimas de tristeza se transformam em lágrimas de ódio ela as enxuga com a palma das mãos e passa bruscamente por entre o Porco e o Conde seguindo de forma agressiva na direção da pobre besta que seria alvo de sua fúria. 

A Condessa se aproxima da criatura até fica próxima o suficiente para sentir o seu hálito fétido. Ela ergue a mão ainda molhada de suas lágrimas de ódio e transforma a sua dor em poder. Se dirigindo a criatura ela fala:

"- ESCUTE BEM BESTA! EU SOU A CONDESSA EVONY AP EILUNED, SENHORA DAS FERAS, ESCOLHIDA DO SONHAR E EU ORDENO QUE VOCÊ VOLTE A SUA TOCA E FIQUE LÁ ATÉ SER CHAMADA!"


A Sidhe encarava a criatura nos olhos com toda a sua fúria e sentia o glamour se agitando ao redor enquanto sua voz começava a tomar um tom sobrenatural. 

OFF GAME: 5 sucessos contra 4 da wyvern no teste de intimidação contra a criatura.

Evony sem perceber invocava um poder antigo que residia em todos os Sidhe. Naquela momento ela era a encarnação da própria fúria e diante de sua postura corporal e aura de Glamour o animal que estava prestes ã atacar olha um pouco confuso, tentando entender como algo tão pequeno poderia causar tamanha impressão.

O Conde apenas abre espaço enquanto a Condessa fazia seu show.

Claro que aquilo não duraria muito, a Wyvern em breve atacaria de volta caso a Sidhe falhasse com seu plano.

O Glamour fluía enquanto um vento sobrenatural circulava a Sidhe agitando seus longos cabelos negros. Se olhos verdes brilhavam e faíscavam, ela parecia por um momento aumentar de tamanho enquanto o tempo fechava. 

Sua voz agora possuía um tom sobrenatural que era impossível de ser resistido. Se concentra na quimera ela fala de maneira altiva como uma rainha: 


"- OUÇA A MIM BESTA ALADA DESCENDENTE DOS DRAGÕES: CRIATURAS COMO VOCÊ NASCERAM PARA SERVIR A CRIATURAS COMO EU. PELO ANCESTRAL DO MEU SANGUE, PELO MEU TÍTULO DE CONDESSA EU LHE ORDENO QUE VOLTE A SUA TOCA E NÃO SAIA DE LÁ ATÉ INVOCADA MAIS UMA VEZ."


Ela estava em pleno contato com o seu poder, dona de si, dona da wyvern, dona de tudo.

O Glamour reforçava a autoridade da Nobre, o próprio vento fazia com que ficasse ainda mais imponente e pedaços de gelo do chão se quebravam enquanto ela andava. A Wyvern se contorce, tentando resistir àquilo, mas não consegue, ela abre as asas e levanta vôo dando uma última fungada para Evony em um sinal claro de que "aquilo não havia terminado ali."

Evony se sentia poderosa e senhora de si, havia liberado seu poder. Mas os Kithain tinham uma vida inacreditavelmente cheia, ao ponto do cansaço. Como se fosse uma resposta à confiança de Evony, o Sonhar se movimenta novamente e ela simplesmente desaparece num:

"POP"