O Sonhar Próximo

Os primeiros segundos de contemplação no Sonhar Próximo passavam e as coisas começam a se encaixar, se é que isso era possível ali. Vocês estavam no Freehold do Duque do lado do Sonhar Próximo, o castelo parecia estático e vívido, porém toda a paisagem que podia olha parecia de alguma forma instável. Ao longe é possível ver uma montanha distante simplesmente desaparecer. O Sonhar Próximo está em constante mudança, o que hoje estava em um lugar, amanhã pode não estar mais. Essas mudanças são chamadas de Firchlis (algo como Borear).

Além das mudanças físicas, outra mudança começa a acontecer na mente de cada um. Novas lembranças começam a surgir. 

Zvenn se lembrava de atear fogo em outras vidas em conventos e orfanatos;
Ikkarus lembra que Pepe era um amigo antigo dele mas em outra roupagem
Ídris se lembra do rosto de Desdémona com uma expressão afetuosa como se a conhecesse de outras vidas 
Evony se lembra de um nome: Kalliope
Ariana se lembra de quando foi simplesmente uma mulher completa.

Vocês se encontram ainda dentro do Caminho de Prata que parecia levar por um caminho longo. Na proximidade é possível ver 3 cavalos amarrados, um marrom, um preto e um branco, todos de porte grande e com belas crinas e com suas respectivas selas. Era sabido que em geral os freeholds no Sonhar tinham em sua proximidade meios de transporte.

Ariana vira para sua mixórdia, passando o pé descalço na grama e diz:

" - Todos bem? Pra onde agora? "

A visão era linda, e, tal palavra não se aplicava a baronesa, pois, seria necessária uma nova palavra para descrevê-la, o que inclusive, faz com que o Wylder evite olha-la diretamente..

Idris se pega fitando o céu em constante mutação daquele lugar, onde as estrelas pareciam brincar um jogo com o Eshu, que via uma miríade de constelações se mostrar e ocultar ao bel prazer de quem quer que fossem elas...

Em meio aos seus devaneios, um rosto afetuoso lhe vem a mente, mas, tal qual o machado vara a árvore, a raiva de Idris tenta cortar, sem sucesso, aquela memória..

*Como???*

..mas, a beleza de estar pela primeira vez no sonhar, pela primeira vez ele poder sentir-se mais nuvem do que grão, o inunda de tal forma que, mesmo que imprimisse toda sua força de vontade, seria incapaz de esconder seu sorriso..

Livre, em um sentido mais amplo que jamais pode imaginar, Idris salta no dorso do Alazão negro, e, ainda sorrindo diz..

"-Somos os príncipes das estradas, venham comigo e jamais estaremos perdidos.."

Enquanto segurava as rédeas, Idris consegue ver quão mais belo se tornara o braço feito pelo Nocker, e, animado como um pai diz..

"-OLHE MESTRE IKKARUS, ATÉ O SONHAR RECONHECE SEU TALENTO.." - Fala erguendo seu braço..

A Baronesa ressurge em enorme gramado do lado de fora das muralhas do castelo do Duque. Ela abre os olhos lentamente como se tivesse despertando de um sono profundo enquanto um nome vem a sua a mente:

*Kallíope! Quem é você?*

A Sidhe deixa seus olhos vagar pelo local e uma sensação de nostalgia se espalha por ela enquanto ela respira profundamente se sentido pela primeira vez em muito tempo ela mesma. A Bela baronesa volta a estar impecável e vestida com seu voile. Ela escuta as palavras de Arianna enquanto vê o Eshu indo até um dos cavalos e saltando sobre ele antes dos nobres. 

*Quem esse plebeu pensa que é?*

De maneira altiva a nobre caminha até o cavalo branco e o monta para depois falar com seus súditos:

"- O Eshu nos guiará até Reino dos Castelos Esquecidos para encontrarmos a Rabeca do Juazeiro como nos foi ordenado pelo Duque. O Sluagh irá cavalgar com ele e Lady Arianna será acompanhada pelo Nocker. Seguiremos pelo estrada de prata aonde ficaremos em segurança."

e agora em voz mais baixa ela fala olhando o Eshu nos olhos:


"- Lembre-se que você está na companhia de duas Nobres e que eu lidero esta mixórdia Ídris, as escolha do cavalo não é sua para fazer."

Seu tom de voz era sério e não abria espaços para questionamentos. Evony não tinha muito apreço pelos plebeus, mas ali naquele lugar aonde a sua nobreza era tão mais evidente ela se via sem paciência para a menor falta de consideração. 

A Baronesa espera que suas ordens sejam cumpridas e aguarda para seguirem viagem.

Ante a fala da Baronesa, Idris sente um misto de sentimentos, se, por um lado ele sente uma vontade inata de segui-la, por outra, ele sente que líderes respeitam seus súditos, que os guiarão à serem melhores, e, naquele momento, numa estrada, o Eshu não se sente nem um pouco confortável com aquela reprimenda desnecessária.

O sorriso instantaneamente se apaga, e, completamente sério responde.

"-Caso quisesse a preferência por cores dos cavalos, Nobre Evony, que apenas me informasse, e, eu seguraria qualquer animal para que montasse, mas, peço que jamais tente me diminuir dentro de meus domínios, pois, aqui mais do que em qualquer outro local, lembro-me de como tivemos de guiar o belo povo pelas estradas após eles terem sido abandonados.."

Era doloroso sustentar o olhar da nobre, mas, nem mesmo em frente a uma plateia o Eshu se sentira tão seguro de si quanto naquela estrada..

A Baronesa sorri para o Eshu e responde: 


"- De que maneira eu lhe diminuí? Nós vivemos numa corte e eu sou uma Baronesa, as regras do sonhar devem ser respeitadas." 

E sem dizer mais nenhuma palavra Evony cavalga um pouco a frente dando para que o Eshu siga. Não estava mais disposta a trocar palavras com plebeus.

Os olhos do Nocker estremeciam com os grãos de areia acomodados sob as pálpebras dormentes do jovem. Ele as abre lentamente, sentindo um sentimento de leveza dentro de si. Ele estava no Sonhar Próximo! O sentimento de que tudo ali lhe era vagamente conhecido brota dentro de seu coração. Naquele instante, ele se lembra de Pepe, não como a/o Pepe que conhecia. Ela/e parecia diferente do que o era atualmente. Mas ele sabia! Era Pepe! Sempre o fora! O Nocker ia rememorando as várias formas que o/a companheira havia tido, se impressionava com todas de forma igual! A fascinação com as descobertas era tanta que ele quase que não percebe as sutilezas mais refinadas do Sonhar. O crafter acorda apenas quando o Eshu faz o alarde quanto as suas criações.

'- Que maravilha, senhor Idris Bancole! Consigo ver novas ideias reluzindo sob a tez metálica de seu braço... eu poderia... poderia...'

Ele se perdia mais uma vez em suas ideias criativas. No Sonhar, sua mente parecia muito mais ansiosa em criar coisas. Uma ideia sobrepunha a outra a cada microssegundo que passava! Ele, porém, sabia que precisava concentrar-se. Ele volta a si, notando que uma pequena desavença aparecia entre a Baronesa e o Eshu. Desavenças de ordem hierárquica, aparentemente. O Nocker apenas toma as rédeas do cavalo marrom, auxiliando Ariana a subir nele... apenas seguia as ordens que sua Baronesa, tão altivamente, designava. Com Ariana sob o lombo do animal, Íkkarus questiona a mesma:

'- Acredito que a senhora saiba guiar esse belo animal muito melhor que eu, certo?'

O Nocker era um inútil quando se tratava de cavalgar. Esperava uma resposta da Sidhe para tomar seu lugar. Ela provavelmente tomaria as rédeas e ele se deixaria ser guiado pela mesma. Íkkarus visivelmente evitava intrometer-se na discussão; sentia-se muito incomodado com tudo aquilo.

Haviam 3 cavalos, Evony ia sozinha em um deles, porém tinha alguma dificuldade para controlar o cavalo, nada visível, mas ela sabia que qualquer ação mais brusca a traria dificuldades. 

Ídris estava em outro junto com Zvenn, Ikkarus e Ariana sobem em outro. Ariana aceita a ajuda do Nocker e responde de uma forma materna:

" - Não se preocupe, meu pequeno. Assim como o gigante protege a formiga, eu o protegerei."

Ela dá duas pancadas leves e o cavalo começa a andar de forma devagar, aguardando o posicionamento de Ídris para que os guiasse. Todos começam a cavalgada de forma devagar com o cenário por um tempo sendo apenas arvores e floresta com um larga caminho de prata como se fosse uma trilha, era noite e havia uma quantidade absurda de estrelas no céu. Vocês já tinham cavalgado aproximadamente por uma hora quando com o sacolejar do cavalo, os olhos de Ikkarus pesam mais do que já estavam pesados, ele pega no sono e quase cai do cavalo. Ikkarus consegue sentir que a noite anterior já tava cobrando seu preço, mesmo seu espírito estava cansado.

Ídris não sabia exatamente, porém parecia que levaria mais algumas horas para chegar em seu destino incerto. Além disso os sons dos grilos, sapos e outros animais que saíam de dentro da floresta trazia o aviso de que talvez já estivesse muito tarde para a cavalgada.

O remexer das ancas proeminentes do grande animal ondulavam para cima e para baixo. Aquele movimento rememorava o Nocker dos tempos em que era apenas um pequeno bebê albino, sendo aninhado pela sua matrona. Estava com sono. Ele já sabia aquilo a tempos. Ele estava cansado pra caralho, porra! E Íkkarus, que diferente da grande maioria dos Nocker, possuía um temperamento mais ameno devido a sua timidez, estava irritadiço naquele momento. Ele piscava os olhos enquanto a jovem Sidhe cavalgava o cavalo marrom. Ele estava até aguentando bem, até que quase cai no chão e solta um sonoro:

'- CARALHO!'

Era a primeira vez que ele falava tão alto assim. O limiar da loucura tomava conta de seu corpo, ruídos maldosos penetravam sua cabeça. Ele estava muito cansado.

Emburrado, ele solta:

'- EI, galera! Eu tô cansado pra caralho! Tá escuro pra porra! A gente não pode parar pra dormir não? Se a imperatriz mandar aquele bando de filho da puta atrás da gente, não vai adiantar nada se formos apenas um bando de saco de batatas sonolentas que não conseguem nem raciocinar....'

A Baronesa tentava cavalgar o mais elegante possível. Num passado distante ela estava acostumado aquele tipo de atividade mas muito havia sido esquecido de sua antiga vida e agora tentava disfarçar a sua falta de habilidade na equitação. Ela disfarçava com sucesso enquanto não tivessem nenhum problema. 

O Caminho era longo e estrelado, Evony admirava a beleza do cenário e usava isso como desculpa para cavalgar com tranquilidade. Eis que o Nocker quase cai do cavalo e com uma jorrada de impropérios sugere uma parada para descanso. 

Sentindo-se também um pouco cansada e a Sidhe aproveita para seguir o seu papel de líder benevolente e declara de maneira altiva: 


"- Ikkarus tem razão. Devemos descansar pois já fizemos muito hoje."

Lembrando da deliciosa festa que foi bruscamente interrompida a nobre se distraí alguns segundos lembrando dos momentos mais prazerosos da noite. Voltando a si ela continua: 

"- Ikkarus providencie um abrigo para nossa mixórdia. Hoje dormiremos a beira da estrada. Mas amanhã devemos procurar uma vila para adquirirmos mantimentos para nossa jornada."

*Era só o que me faltava ter que dormir ao relento como uma SELVAGEM, ou pior com uma PLEBÉIA!*

E tomando todo o tempo necessário para fazer isso de forma tranquila, a Baronesa desse do cavalo e espera que todos façam o mesmo.

Um carrancudo Eshu decide, por fim, seguir a Sidhe, ou melhor, guiá-los, e, uma nova sombra se esgueira pela mente do mesmo, ainda que este não percebesse..

Um sorriso forçado é a resposta de Idris à Ikkarus, não pelo Nocker, mas, pela sombra..

O Caminho começa a clarear a mente do Eshu, estar viajando, fosse em cima de um cavalo, fosse sobre seus próprios pés, era reconfortante, e, a explosão do Nocker, naquele momento, parecia algo natural, não, mais do que isso, apropriada, mas, antes que pudesse responder, a, Sidhe se manifestava, e, como era de sua natureza, comandando..

O Eshu apenas esboça um sorriso, desta vez, verdadeiro ao Nocker, quase como quem dá de ombros, mas, caso precisasse, Idris o ajudaria em seu ofício..

Arianna para e desce do cavalo, concordando com a Baronesa.

" - A Nobre Baronesa está correta em sua liderança. Ikkarus, fazer a tenda é possível?"


O Nocker olha em volta e sabia que ia precisar de alguns materiais para fazer a tenda de materiais improváveis, onde caberia todos:

- Alguns cipós;
- Algumas galhos de árvore;
- 3 pedras grandes;;
- 1 ponto de Glamour para a criação.
- 20 minutos

Caso prefira, é possível tentar fazer do jeito tradicional, mas não ficaria tão boa quanto a com glamour investido, além de caber apenas 2. Para isso ia precisar:
- Cipós;
- Folhas grandes de árvores;
- Troncos grandes;
- Pelo menos 6 pedras grandes;
- 1 a 2 horas.

Exceto pelas pedras, os outros materiais só podiam ser encontrados na floresta fora do caminho de prata.

Enfim, o Sonhar.

Zvenn tinha seu primeiro contato com esse mundo novo e em constante mutação. A forma como as coisas mudavam era incrível e estranha. O Sluagh tentava se acostumar com aquilo quando lembranças de atear fogo em conventos fazem um sorriso sincero surgir em seu rosto. Aquilo era uma lembrança boa, deixava até um desejo de "quero mais" no coração do estranho.

Diante da ordem de ir com o Colosso de Ébano seja para onde que iriam, o Sluagh cumpre. Subir no cavalo, no entanto, era uma tarefa árdua para alguém tão desengonçado. Ele tenta uma, duas, três vezes até conseguir e quando chega se apoia apenas com uma mão no ombro do Eshú.

A troca de farpas entre o Eshú e a Shide era deliciosa. Zvenn anotava mentalmente as animosidades da dupla. Lidar com nobres era um saco, e, nesse ponto, era solidário com o Eshú, mas não iria se meter naquela querela. Quando param para que o Nocker faça uma tenda ou algo do gênero, o Sluagh procura o canto mais escuro para nele se manter enquanto recordava das lembranças dos conventos em chamas. Zvenn odiava freiras. E gostava de lembrar do som dos gritos delas enquanto queimavam...

O Nocker concorda com a cabeça, descendo espalhafatosamente do alazão. Ele cai de joelhos no chão, se erguendo com dificuldades por causa do cansaço. Ele se espreguiça, bocejando lentamente, enquanto dava uma boa olhada pelo local. Ele precisaria de muitas coisas, para além do Glamour investido; estava cansado demais para despender horas e horas fazendo uma cabana onde apenas as dondocas dormiriam. Pros caralhos! Ele gastaria seu Glamour e teria uma ótima noite de sono. Ele merecia aquilo!

O sentimento enfurecido brotava constantemente o peito do Wylding... aquilo não lhe era muito conhecido, visto que o mesmo era bastante contido. Seria o Sonhar mostrando a devida forma como ele deveria se portar? Talvez. Íkkarus dá de ombros e se vira para a Mixórdia.

'- Eu vou precisar de pedras... acho que passamos por algumas de tamanho bem grande que serão suficientes! Preciso de três pedras bem grandes! E cipós! Longos cipós cor de musgo... um carretel deles! E galhos! Muuuuuuitos galhos!'

Ele olha, então para o Sluagh e o Eshu, falando:

'- Vocês dois....' - ele faz uma pausa e seu corpo aproveita para bocejar longamente. '- ai... ai.... Me acompanhem! Existem pedras no caminho, mas o resto do material poderá apenas ser encontrado na floresta!'


O ar depreciativo de Svenn faz a espinha do Nocker estremecer. Ele era assombroso, mas tinha dois braços que deveriam servir para alguma coisa. Ele ainda não confiava muito nele, mas acreditava que ele não seria capaz de nada de errado. Ariana e Evony ficariam na estrada de prata, evidentemente. Alguém precisava cuidar da donzela da Casa Eilenud e, felizmente, Ariana já tinha mostrado ser muito bem capaz disso.

O Humor do Nocker era gloriosamente divertido para Idris e este sorria enquanto observava o mesmo esbravejar...

*Isso garoto, você tem de se achar..*


"-...Só cuidado para não se perder dentro de sí!" - O Eshu verbalizava um pensamento mesmo sem se dar conta, porém, não deixa que aquilo soasse mais estranho do que deveria..

"-Pegaremos as pedras Jovem Ikkarus, mas cuidado, algumas delas são muito duras e podem vir a passar a noite toda falando impropérios para nós.. quanto ao resto, não se preocupem, iremos buscar os materiais na floresta tão logo tenhamos escolhido boas pedras dispostas.. Não é como se tivesse uma quimera agressiva ou um Thallain nos espreitando fora do caminho de prata.."

Antes de sair porém, olha para a Baronesa Evony de Eliuned e diz..

"-Minha caríssima Baronesa, resista, não vá dormir antes que retornemos, seria imperdoável que dormisse ao relento.."

Arianna concorda com as decisões e apesar de não fazer nenhuma diferença para a Sidhe ela sorri gentilmente para sua "amiga". Evony escuta as explicações sem sentido do Nocker e apenas balança sua cabeça positivamente. 

O Sluagh apenas continua em silêncio como os Sluagh fazem e antes de partir o Eshu vem com gracinhas para cima da nobre. Apesar de não entender os motivos do Eshu, afinal de contas jamais fora tratada assim em toda sua existência, Evony decidi abordar as coisas de uma outra maneira e uma ideia maliciosa passa por sua cabeça. 

*Kill them with kindness. But Kill them.*

Com olhos grandes transparecendo a mais pura inocência e bondade a Baronesa e responde gentilmente: 

"- Eu jamais dormiria sem saber se meus companheiros estão bem meu caro Idris. Tenham cuidado e ao menor sinal de perigo gritem por ajuda e nós iremos ao resgaste."

Esboçando um sorriso de encorajamento a Sidhe espera até que eles vão embora acenando gentilmente enquanto enlaça um dos braços de Arianna. Era hora de uma conversa de garotas.

O Nocker ouve as trocas de palavras do Eshu com a Baronesa, dando de ombros.

'- Não temos tempo para mais conversas, meu companheiro Eshu! A floresta fora do Caminho de Prata nos aguarda e pode guardar impropérios mais perigosos que os seguidores anencefálos da Imperatriz!'

Quanto as pedras, ele apenas complementa:

'- E eu tenho dó dessas pedras se elas tagarelarem demais durante a noite! Eu tenho costume de chutar coisas que importunam meu sono... e eu tenho um chute bem certeiro!'-  e olhando agora pro Sluagh, ele apenas acrescenta, reafirmando a celeridade da situação: '- Saia das penumbras, Sluagh, rápido, rápido! A cada segundo que se passa podemos estar mais próximos de nossos algozes glamourosos...'

Para quem saiu do Caminho de Prata em direção à floresta, vocês andam por alguns minutos, fora do caminho de prata a sensação de segurança diminui drasticamente, assim como a sensação de infinitas aventuras e possibilidades o aguardam fora daquele pequeno "curral" de fadas.

Vocês encontram alguns galhos e começam achar cipós quando ao longe é possível distinguir um choro de uma menina que parece uma jovem, ela parece desesperada e grita:

" - SOCORRO! SOCORRO! ALGUÉM ME AJUDA! "


Também é possível distinguir de vez em quando alguns sons de batidas, que fazem o chão tremer um pouco.


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Quem ficou no caminho de Prata:

Ariana aceita o braço de Evony, ela parecia radiante por ser ali quem ela realmente era, ao mesmo tempo que estava mais atenta e preocupado com os outros, ela constantemente olhava em volta procurando algum sinal de perigo. Ela diz:

" - Se eles demorarem muito, vou até lá resgatá-los."

Tão logo começam a entrar na floresta, às margens do caminho de prata, um misto de sensações envolve o cansado Eshu, o temor e a adrenalina se digladiavam dentro dele para saber quem iria dominar seu ser, mas, antes que a disputa houvesse se resolvido, um grito vem e estraçalha aquele fino equilíbrio estabelecido pela batalha.

Inicialmente Idris pensa que deveria Perguntar a uma arvore o que espreitava por aquela região, mas, nunca fora conhecido por resistir bem a seus impulsos, e, naquela situação, ele estava ainda mais vulnerável, logo, sem pensar meia vez, e, sem comunicar nada à ninguém, o negro Wylder dispara por entre a floresta na direção em que o som viera, mas, o resquício de medo que ainda arqueava dentro de si faz com que este se mantivesse alerta.

*Eu ainda tenho uma história para contar.. * - Repetia para si mesmo como que para afastar o medo.

Tão logo as duas nobres se encontram completamente sozinhas, as ideias começam a se formar na cabeça da maliciosa Baronesa que não hesita em por seu plano em prática. Voltando para a outra Sidhe ela fala numa voz doce e carregada de preocupação:

"- Diga-me uma coisa Lady Ariana, também percebeu que o nosso Eshu tem estado mais sombrio e arisco desde que perdeu o braço? É como se uma sombra tivesse tomado conta de seus pensamentos e envenenado seu coração... Você notou isso?"

A nobre Baronesa encara a outra nobre nos olhos, seu olhar transparecia dor e preocupação. Evony com seus encantos tentava envolver mais uma vez a Fiona em sua teia intrigas. 

*Vamos ver se ela morde a isca...*

Ariana olha para a direção que o Eshu foi pensativa e responde:

" - Sim, eu notei. Eu acho que perder o braço o colocou em uma espiral em direção à Corte Unseelie, o que é uma pena. Mas temos que entender, eles são seres frágeis e se abalam facilmente, não acha?"

*Ela mordeu.*

Prestando muita atenção nas palavra da nobre da Casa Fiona, Evony responde ainda em to de preocupação mas o seu discurso ao poucos vai se tornando solene e ao final, envolvente como uma serpente cercando sua presa:


"- É exatamente isso Lady Ariana. Mas eu acredito que é nosso dever sagrado cuidar dos outros Kithain e liderá-los pelo melhor caminho. Nós realmente não podemos intervir em suas escolhas, mas não acha que temos o dever moral de tentar pelo menos, guiá-lo para um caminho melhor? Eu posso perceber a maneira como ele lhe olha... E eu acho que podemos pelo menos tentar, aqui no Sonhar, aonde tudo é mais puro e verdadeiro guiá-lo de volta para a luz. Posso contar com você? Afinal de contas, vejo que Idris tem uma admiração especial por você..." e tocando delicadamente no rosto da Fiona Evony continua "- E quem não teria? Você é nobre e corajosa, mas sem perder a delicadeza e a bondade. O que me diz?"

As palavras da Baronesa soam como uma mãe cuidadosa zelando por seu filhos com amor. Sua belíssima voz e sua aparência sobrenatural poderiam fazer um artista que passasse ali se inspirar em criar um novo retrato de uma santa. A madona dos Caminhos de Prata. Mas intenção da egoísta Sidhe estavam longe da pureza. 

*Uma criatura caótica como esse Eshu será muito mais difícil de lidar se ele abrir os olhos para a verdade Unseelie. Ele ainda não está pronto, precisa ser mais domesticado. Vejamos se idiota e a paixonite dos dois podem ser usadas para os meus propósitos. A cada segundo que passa minha paciência se esgota. Essa tonta Fiona não vai deixar a possibilidade de um romance fugir assim... Mwuahahahahah.*

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O Nocker o chama para ir com ele e Zvenn não se faz de rogado. Mantinha seu olhar de psicopata e andava com seu jeito desengonçado sempre por último no bando e pelas beiradas mais escuras da trilha. O Nocker então fala para ele sair da Penumbra e o Sluagh apenas comenta:

'- Eu não posso sair das Penumbras se elas insistem em não sair de mim, meu caro Nocker...' - sussurra de forma maliciosa e abre seu sorriso de dentes tortos e estranhos.

Seguindo o grupo, o Sluagh ouve também os gritos. Ele se aproxima do modo mias furtivo que poderia e pelo caminho mais sombrio que houvesse, do Eshu e sussurra no pé do ouvido dele:

'- Não acha que devíamos ver o que é? Parece uma aventura perigosa...' - tenta instigar, o Sluagh.

Ao ser tocada no rosto por Evony, Ariana coloca sua mão sobre a dela. A Casa Fiona era conhecida por sua coragem, mas também era conhecida pela queda de se envolver com pessoas e situações erradas. Ela dá um leve sorriso, a Sidhe era quase tão linda quanto Evony (aparência 7 no Sonhar) e diz.

" - Sim, acho que temos um vínculo diferente, mas não vejo muito bem como guiá-lo como você diz. Claro que prefiro que ele se mantenha no caminho da honra e da justiça, a Baronesa tem alguma ideia?"




Ariana não tinha a mesma malícia de Evony, na verdade, ela parecia ter um coração bastante puro e um pouco abobalhado.


OFF: Apenas uma história interessante, de acordo com a história da Casa, a fundadora da Casa Fiona que entregou o segredo de que prata afetava Lobisomens para os humanos por causa de um amor.

Zvenn consegue ouvir os gritos e as batidas, ele especialmente consegue ouvir também duas respirações fortes e profundas, além da terceira que gritava. Ele sentia também um cheiro de carne estragada ao longe. E sabia exatamente a direção que o som vinha. Quase como uma resposta à fala do Sluagh o Eshu corre em direção ao som, para todos os outros fora o Sluagh naquela floresta seria difícil discernir rapidamente de onde o som vinha, talvez seja tarde demais até chegar no logal correto.

Mais uma vez os gritos de uma jovem que parecia mais cansada continua:

" - Socorro! Socorro!! "

A Baronesa sorri ao sentir o toque da Fiona em sua mão por mais que não tivesse o menor interesse em Ariana, não poderia negar que ela até que tinha certa beleza e Evony é uma criatura de pura vaidade que se alimenta de toda a atenção que pode conseguir. 

*Isso será bem divertido...*

Se aproximando da outra nobre a maliciosa Baronesa passa por trás dela e começa a quase sussurrar no seu ouvido da maneira mais convincente que ela é capaz, o que não era pouco: 

"- Minha querida, o que ele precisa é do que todos nós precisamos... Eu acho que se você apenas conversasse com ele mais e passassem um pouco mais de tempo juntos, o seu exemplo honra e justiça será o suficiente para que ele volte para o caminho certo, antes que seja tarde... Além do quê ele até que é bonito não acha? Levando em consideração que ele é um plebeu..."


*E com um pequeno empurrãozinho os pombinhos se apaixonam e ou essa Fiona louca destrói seu coração e ele passa a odiá-la me deixando em paz ou pelo menos os dois vão se distrair mutuamente me deixando livre para liderar essa mixórdia rumo a glória! De uma forma ou de outra eu me livro dessa pedra no meu sapato. E se o casal der certo será ainda mais divertido separá-los! Mwuhahahahah.*