O Sonhar Próximo

Ao entrarem na sala, além das curvas da Baronesa, era possivel perceber um consultorio, ao bem da palavra, banal, porém, habitado pelas mais antinaturais das criaturas.

Em geral, hospitais remetiam a um clima de seriedade e cura, porém, ver naquela sala, um doutor palhaço a pastorear uma "vítima" de tortura era algo, estranhamente, reconfortante..

*Não estamos mais no Kansas..*

As portas e descrição fazem o Eshu começar a juntar as peças do quebra-cabeças, o sonho da criança, eles estavam no sonho dela, no sonho de uma pobre criança atormentada..

Era uma experiência nova..

*Ou não?*

.. Porém, mais aberrante que aquilo tudo, era a cena protagonizada pela Sidhe..

*Por mil viagens, o que essa louca esta tentando fazer?*

.. Aparentemente, Evony de Eliuned tinha um fetiche peculiar por médicos, independente de suas especialidades, aparências e ... Naturezas.. Mas, estranhava a Idris aquele repentino ato libidinoso dentro do sonho de uma criança..

*A nobreza deveria ser.... Nobre....*

.. Aquilo tudo causava uma confusão na mente do Eshu, que, por sua vez via a baronesa tentando extorquir informações do mundo outonal daquele sonho, do sonho da pequena.

Idris, sem saber ao certo o que fazer, dado que a Sidhe, bem, as Sidhes eram extremamente afeitas a rompantes, espera o desenrolar da cena, olhando para os não envolvidos naquela sessão de cine privê do meio dia.

Diante da atitude da Baronesa, um fato um pouco mais inusitado acontece. No momento que ela toca a coxa do médico/palhaço ele se encolhe um pouco, levemente constrangido. Ao mesmo tempo, a venda que estava nos olhos do Tio Peixoto parece se arrebentar, ele olha para Evony com um olhar de malícia, seus olhos eram vermelhos como se tivesse muita raiva. Seu corpo começa a crescer um pouco mais e as cordas parece que ficam no limite de arrebentar, com o crescimento do tamanho a mordaça que o homem tinha também arrebenta. Ele, babando e bastante suado começa a falar para Evony com uma voz arfante:

" - Sua safada! Me solta que eu vou te mostrar o que é um homem, parece santa mas eu sei que você gosta disso! Duvido que nunca tenha oferecido essa buceta para seu pai e agora tá oferecendo pra mim!"

Ele para alguns segundos e continua apontando para o médico:

" - Esse aí é um viadinho, só quer saber de me matar... " 

Ele se volta pra Evony:


 "  Você é linda demais, só podia ser um pouco mais nova, mas tudo bem. Podemos jogar um jogo: Você bota a boca aqui e te conto tudo que você quer saber."


Ele exibe um pênis enorme, que ia até o chão cheio de pus e verrugas.

As coisas não acontecem exatamente como a Baronesa esperava. A reação do médico lhe frusta e lhe enche de raiva. Evony não era exatamente uma mulher sensível e não gostava de sair de sua zona de conforto, mas o pior ainda estava por vir... "Tio peixoto" rompe de alguma forma sua venda e mordaça lançando uma série de impropérios dirigidos a Sidhe. 

*QUEM DIABOS ESSE MERDINHA PENSA QUE É?!*

Fúria e ódio tomam conta do coração da Baronesa. Além de seu tiro haver saído pela culatra, aquela aberração ousava tentar transformar sua força em fraqueza, algo típico dos homens, e a Baronesa de Eiluned não iria tolerar isso. Se antes ela era movida por uma promessa a seu vassalo, agora havia se tornado pessoal. Ela se sentia furiosa com a situação e mais ainda em pensar que aquilo era apenas uma quimera criada por um crime inimaginável feito contra um menina indefesa e inocente. 

Mas Evony não era nenhuma das duas coisas. 

Com uma fúria fria a Baronesa de Eiluned olha de maneira cruel e séria para aquela aberração a sua frente. 



Ela caminha lentamente pela sala pegando uma enorme seringa com a maior agulha possível numa das bandejas ao lado da maca enquanto se aproxima da criatura. O silêncio impera e tudo que pode ser ouvido é o estalado do salto alto contra o chão frio. Invocando os poderes ancestrais de seu Kithain a Sidhe deixa exalar de maneira sobrenatural toda a sua fúria. 

Não era a primeira vez que uma mulher bonita como Evony escutava aquele tipo de coisa de um homem, até mesmo as memórias do corpo mortal que habitava estava repleto de memórias como aquela, de homens como aquele que acham que podem pegar o que quer e quando querem. Mas ela não era uma simples mulher, era uma Sidhe uma criatura do sonhar criada com o propósito de reinar sobre tudo e ela não seria humilhada por ninguém. 

*Eu só quero que você entenda Alice... Não permita nunca que ninguém tire o seu poder. O que lhe aconteceu foi horrível, mas eu JURO que lhe darei justiça!*

Ela se aproxima da criatura com olhos frios repletos de fúria e fala com sua belíssima voz de maneira fria e calculista, seu olhar encara os olhos vermelhos da criatura e mostram que ela era capaz de qualquer coisa para conseguir o que queria e deixando despejar em sua voz todo o veneno e poder que possui, a Baronesa fala: 


"- Você gosta de meninas mais novas por que assim você se esquece do fraco e pequeno você é. Você as toma a força por que nunca será capaz de despertar desejo em ninguém. Você grita palavras baixas por que ninguém jamais irá conversar com você."

A medida que a Baronesa fala a sala parece ficar mais escura a medida que ela parece absorver a luz para si e brilhar de uma maneira sinistra com seus enormes olhos verdes brilhando com uma luz própria e aterrorizante e ela continua falando gradativamente aumentando a sua voz e falando de forma cada vez mais dura. 


"- Eu não sou uma de suas jovens vítimas. Eu não sou fraca e indefesa. EU SOU A BARONESA EVONY AP EILUNED E VOCÊ TREMERÁ DIANTE DA MINHA VOZ, RASTEJARÁ DIANTE MEUS PÉS E VIVERÁ APENAS ENQUANTO DURAR A MINHA MISERICÓRDIA. EU SAIREI DAQUI E LHE ENCONTRAREI NO MUNDO OUTONAL, EU TOMAREI O SEU PODER E VOCÊ JAMAIS PODERÁ FERIR A ALICE OU QUALQUER OUTRA CRIANÇA. VOCÊ NÃO VIVERÁ UM DIA DE PAZ ATÉ QUE EU LHE ENCONTRE E FAÇA JUSTIÇA!"

A Baronesa concentrava todo o seu poder e tudo que tinha dentro de si em suas palavras. Ela fazia aquilo por sua promessa, ela fazia aquilo por Alice, mas talvez no fundo do seu coração ela fazia aquilo por si mesma. Mesmo que ela não soubesse o quanto precisava daquilo.

O clima e o ambiente mudam enquanto a Baronesa dá o seu pequeno show. Arianna olha no primeiro momento incrédula com a postura inicial de Evony, mas logo depois parece entender um pouco melhor.

O pênis do Tio Peixoto começa a diminuir enquanto Evony fala, aparentemente ele não gostava de alguém se impondo diante dele.

A Baronesa encara o aberração nos olhos e fala friamente. Sua voz ainda que belíssima vem carregada de um tom mais sombrio. As sombras ao seu redor aumentam enquanto os seus olhos parecem irradiar uma luz verde, como uma chama feroz e perigosa. O Glamour se reúne em seu corpo e emana dela como uma poderosa aura de perigo. 

Ainda empunhando a enorme agulha, ela fala a criatura: 

"- Eu dou as cartas aqui. Me diga como encontrar Alice, seu nome, cidade em que mora e também quero saber como encontrar você..."

Se aproximando um pouco mais ela forma debochada:

"- Nós vamos nos divertir muito Tio Peixoto... Você jamais esquecerá de mim!"



OFF Game: A Baronesa usou soberania 2 - Grandeur na quimera e teve 6 sucessos.

A primeira ação da Baronesa não tem o efeito pretendido e o médico-palhaço apenas recua diante de seu toque. Peixoto, por outro lado, tentava a todo custo libertar-se. Ele ia ficando maior, as cordas iam se afrouxando e ele liberta sua boca para praguejar coisas indecentes para a Sidhe. No fim, ele exibe um penis asqueroso e "convida" a Baronesa a degusta-lo.

O Nocker bota a mão sob a sua testa.

*Esse idiota não devia ter feito isso... ele está brincando com a mulher errada...*

Dito e feito. Evony coloca ele no seu devido lugar. A imponência daquela mulher retrai o maldito de todas as formas e, agora, era a ele que ela questionava. Ela queria saber onde poderia encontrá-lo realmente, onde a pequena Alice estava. Íkkarus permanece em silêncio, o show de Evonny ainda não tinha terminado.

Era impossível, pelo menos para ele, pelo menos por enquanto, descrever com precisão a incoerência de sentimentos que aquela cena despertava.

Por um lado, o Eshu tinha de ser lembrado, pela primeira vez desde que conhecera Evony, que ela era A nobreza, uma vez que tal cena jamais poderia ser descrita como remotamente nobre, depois de ser frustrada em seu primeiro acesso de luxuria, vê uma cena grotesca não só se desenrolar, mas afrontando diretamente à si.

Novamente Idris se vê tendo pensamentos sombrios, via-se cegando o bastardo, mas, aquele não era ele, aquele era um medo da criança, ou, talvez uma lembrança, e, o que antes era raiva, se torna consternação.

*Você terá paz pequena..*

A baronesa então dá o mais completo e complexo dos espetáculos, chegando até mesmo a assustar o Wylder que em nada tinha de culpa em sua fúria, e, ao fim, o terror via-se confrontado por algo diferente, mas superior, e, visivelmente encolhe-se ante à ela..

O Eshu esperava, sabendo como os nobres eram voláteis caso atravessasse sequer uma palavra durante seu acesso de ira..

O uso de Soberania naquele local realmente era algo magnífico. O próprio ambiente parece conspirar para que tudo ficasse mais ameaçador.

Diante daquela visão, a quimera do "tio" Peixoto parece recuar, mostrando o seu verdadeiro lado covarde. Seu penis diminuia junto com seu corpo até que ele ficasse raquitico, apenas pele e osso. Gaguejando e assustado ele fala em um tom baixo:

" - A pequena Alice.. É Alice Couto Magalhães, ela mora aqui no Rio.. bem perto, em Campo Grande, eu busquei ela ontem mesmo no colégio, é o Santa Úrsula. O que você.. quer dizer com.. me encontrar? Eu tô aqui ué."


O médico/palhaço também parecia bastante fragilizado, mas ele tinha um propósito, ele parecia reunir toda a sua coragem e diz:


" - Ele tá tentando ganhar tempo, se Alice não entrar logo para um dos caminhos, eu acho difícil ela acordar de novo. Quanto mais tempo passa, mais difícil pra ela."

A Baronesa ainda despeja toda a sua fúria sobrenatural enquanto escuta o patético discurso do, agora flácido, "Tio Peixoto". 

Quando ele menciona sobre encontrá-lo e que ele está logo ali a Baronesa apenas fala ameaçadoramente: 


"- Em breve você descobrirá..." 

E num movimento súbito ela crava a seringa na maca por pouco não acertando o membro flácido e diminuto do ser abjeto em sua frente. 

Ela olha séria para a sua mixórdia e fala: 

"- Vamos. Não tem nenhuma outra escolha possível se não a justiça para essa menina."

Se virando para o médico, a bela Sidhe fala:

"- Eu tenho um Javali que gostaria de levar comigo mas ele está lá fora, Você pode pegá-lo pra mim?"

A Baronesa caminha altivamente até a porta do perdão deixando apenas a vingança para a pequena Alice. Ela acreditava que aquele crime era imperdoável e a pequena poderia ter justiça e naquela situação o mais próximo era a vingança. 

A Sidhe espera que sua mixórdia a acompanhe para saírem todos juntos e também esperava uma resposta do médico. O Assunto não estava para debate e o tempo urgia como dizia o doutor.

Ela era a nobreza, segui-la era algo natural, mas, algo nas últimas ações da Sidhe tornavam essa ideia menos clara do que devia ser..

Mas, numa coisa ela estava certa, não havia perdão para aquele maldito, mas, deveria existir esperança para a pequena...

“-Milady Evony, fora dito que o caminho que decidirmos trilhar, será o oposto ao da pequena Alice, então, deixe-a viver em paz tendo encontrado o perdão em seu coração e deixe que nós trilhemos o caminho da vingança...”

O Eshu precisava conhecer os dois lados de sua história...

A Baronesa olha para o Eshu e visivelmente se esforça para não falar com sua postura dura e inflexível. Aquilo era importante para Evony e ela realmente acreditava estar tomando a melhor decisão para a pequena Alice. Com uma sensibilidade raramente vista a Sidhe fala: 


"- Idris, para algumas coisas não existem perdão. Essa é apenas a maneira que ela vai acordar, este homem roubou algo que ela nunca conseguirá repor e ela precisa de justiça. Se ela acordar tendo perdoado isso jamais irá em busca disso e para sempre terá essa lacuna em sua vida. Eu pretendo procurá-la no mundo outonal e ajudá-la. Mas pra isso ela precisa dessa pequena centelha que irá impulsionar a sua vida. Você como Eshu sabe muito bem que as histórias vão acontecendo a medida que nós vamos vivendo. Nenhuma escolha é sem volta, tudo muda o tempo todo e a mudança é algo bom. Não permitiremos que ela seja destruída por sua vingança, mas que ela seja empoderada por sua sede de justiça. Peço que vocês me escutem não só como nobre ou como uma Sidhe, mas me escutem enquanto mulher..."

Sua doce voz soava determinada e quando ela fala a última frase ela lança um olhar para Ariana, um olhar que pedia que pedia sua ajuda enquanto única outra mulher ali presente.

Ao entrar no consultório depois de ter tido que revelar sua maior culpa para aquela recepcionista, Zvenn nota que a porta some. E Alice não estava com eles. Aquilo incomoda inicialmente o Sluagh que apenas fica observando o ambiente, buscando por frestas que o pudessem tirar dali.

*Não devia ter confiado a garota ao Exú.* - pensa, tentando arrumar uma culpa para ela não estar ali com eles enquanto não entendia o que diabos eles faziam ali.

As preocupações no entanto se vão quando é revelado que Peixoto estava bem ali. O sádico sorriso do Exú se faz presente mais uma vez enquanto ele ficava cara a cara com seu alvo.

O Doutor fala um enigma que deixa Zvenn curioso. Sem pensar em decidir, busca o olhar cúmplice da Baronesa esperando para ver qual atitude ela tomaria diante disso. De todos os defeitos que Zvenn tinha, nenhum era a insensibilidade pela situação de Alice e o Changeling acreditava que uma mulher saberia o melhor para a garota.

A Baronesa começa seu jogo de sedução e o tio parece se soltar parcialmente, exibindo uma asquerosa rola cheia de pus. Zvenn apenas balança a cabeça em negação com vergonha alheia pela criatura. Mas, de repente, começa a rir baixinho. Ele não imaginava a ideai que havia inspirado o Sluagh.

O Show de Baronesa ganha a atenção de Zvenn que parece extremamente entretido com o lado sombrio da nobre. Aquilo sim era beleza, agora sim ele via algo que lhe enchia os olhos. Diante das tolas palavras do Exú e da resposta da Baronesa, o Sluagh apenas sussurra:


'- Nenhum de nós pode sequer imaginar o que aconteceu com a garota. Somente uma mulher pode entender isso. Devemos seguir as palavras da Baronesa.' - se limita a dizer já se esgueirando para a porta, mas esperando os demais antes de entrar.

O embate entre a Sidhe e a quimera termina com um tio Peixoto humilhado, entregando as informações que a Mixórdia precisaria. Evony retorna ao seio de seu grupo, alertando que para o que havia ocorrido, havia apenas o caminho da vingança. Íkkarus ia se conscientizando do crime cometido pelo humano tosco e aquilo alimenta um certo sentimento em seu peito... ele tinha raiva. Uma raiva que brotava diante de cada palavra da Baronesa. Ela tinha razão. Aquele crime era imperdoável e, graças a ele, a jovem nunca mais seria a mesma. O discurso de Eiluned era inflamado e abastecia o coração metálico do Nocker, que se via inclinado ao que ela havia falado.

O perdão cabia a eles, Alice precisava de uma vingança; e nada mais justo do que seres embuídos dos próprios sonhos fossem os mentores da mesma para concretizar a justiça diante daquele homem. Entretanto, o Exu parecia temeroso e levantava a questão da opção reversa. Evony rebate, mas aquilo pouco importava; Íkkarus já havia concordado com a mesma. As palavras do Sluagh - e o Nocker teria que se torcer a isso - apenas corroboravam para a decisão.

O Nocker se aproxima de Idris, dá dois tapinhas em seu ombro e comenta:

'- Eles estão certos, meu caro contador de histórias... O perdão cabe a nós, com nossas culpas fúteis... o que esse homem aparenta ter feito com a jovem Alice merece ser repudiado e exterminado. Ele precisa de uma lição que o faça borrar as calças de merda ao lembrar... ele precisa temer a simples ideia de voltar a fazer o que ele fez com essa jovem... ele precisa sonhar com o medo, com a impotência... ele precisa aprender. E, num caso como esse, não existem seres mais ideais para isso do que os seres criados dos mais variados sonhos, como nós somos...'

E ele lança um olhar para a Sidhe, demonstrando, ao menos naquele momento, seu apoio. Logo em seguida, ele olha para Zvenn e cospe um aviso:

'- Seu povo é conhecido por reeducar crianças levadas, Sluagh... eu espero que essa criatura se arrependa do que fez e que você tenha um ótimo plano para isso...'

E olhando para todos, já colocando a mão na maçaneta da porta que caberia a eles, diz:

'- A Baronesa nos fará as honras de adentrar pela porta que nos cabe, então?'

Se pudesse, abriria a porta e faria um gesto cortes para a Sidhe, convidando-a a entrar pela porta do perdão. Este seria o destino deles e, apesar da escolha, a outra também seria. A mixórdia dos Pés Escuros tinha um promessa a cumprir e o Nocker não gostava de quebrar promessas.

O Sluagh fica satisfeito com a postura do Nocker, provavelmente a primeira vez que isso acontecia. Quando o mesmo relembra que os Sluaghs são famosos por processos de reeducação apenas sussurra com seu olhar doentio e sorriso sádico estampados em sua face:

'- Não tenha dúvidas disso, Ikkarus...'

Era a primeira vez que chamava o Nocker pelo nome. Era a primeira vez que ele se mostrava, na deturpada noção de valores de Zvenn, digno de ser nomeado.

O Eshu se via em evidente dissonância com sua própria mixórdia..

*Talvez a dissonância seja de mim com mim mesmo..*

.. mas o tempo urgia, e, não seria ele a desperdiça-lo, então, Idris veste sua melhor máscara (e que máscara era), e diz de maneira afável..

"-Que seja como dizem.."

Se prostra ao lado da porta escolhida pelo coletivo e espera que a nobreza dê os primeiros passos.

O médico pega o telefone e pede para a secretária enviar o porco, uma porta pequena se abre na parede e o javali entra cheirando o lugar

Arianna parecia um pouco confusa com aquele estardalhaço dos plebeus. Caminhando em direção à porta ela diz:



" - Deixem conosco já que temos que carregar o fardo de decidir os melhores caminhos. Vocês não sabem a sorte que têm... Baronesa Evony de Eiluned, devo dizer que não acho que vai ser o melhor para a menina trilhar o caminho da vingança. Mas como um Lady e como... Mulher... sinto que devo seguir sua decisão."

Ela segue em direção a porta do perdão e a abre. Uma leve brisa sai de dentro do local, porém, não era possível enxergar dentro do local, ela sem pensar duas vezes, como sempre fazia a atravessa e desaparece.

O Sluagh responde e Íkkarus apenas confirma com a cabeça. O Exu da o braço a torcer. O porco entra em cena. E Arianna faz seu showzinho da realeza, passando quase que por cima do Nocker, abrindo a porta e entrando sem hesitar.

'- Ela parece apressada para ter seu próprio perdão...'

O Nocker apenas da de ombros e, como estava próximo a porta já, adentra-a. Que fosse para ser aquilo que deveria ser.

A Baronesa apenas lança um olhar cúmplice para Arianna quando ela se posiciona mais uma vez agindo de forma intempestiva e se jogando como uma louca rumo ao desconhecido. O Nocker entra em seguida e o Eshu que tinha dado o "braço" a torcer também concordo com o plano de ação. 

*É óbvio que eles seguiram a minha liderança. Eu preciso dar um jeito nessa atitude rebelde dos plebeus...*

Quando finalmente o porco adentra a a sala a baronesa estende mais uma trufa para que ele a siga, Evony estava curiosa sobre o que viria a seguir. 

"- Vamos porco. Temos muito a fazer ainda..."

E juntamento com seu porco a Baronesa de Eiluned entra pela porta do perdão.

As palavras de Lady Arianna fazem pouco para regar a aridez do Coração do Eshu..

*Que o sonhar a abençõe pequena princesa, lembre-se de meu nome, dei-o à tí..*

.. mas Idris sabia novamente ter sido vencido e não havia nada mais a dizer, ele se limita a seguir com os demais pela porta daquilo que não estava preparado para fazer.

Depois que todos entram, sem perder tempo em dar atenção ao showzinho de Arianna, Zvenn também atravessa a porta do perdão. No fundo, sentia curiosidade, pois algumas coisas, na cabeça doentia do Sluagh, jamais poderiam ser perdoadas. E ele sabia muito bem disso.

Antes de atravessar a porta, dá uma última olhada para trás. O caminho que escolheram levaria àquele maldito odioso a ter uma dupla vingança em seu caminho. E, para Zvenn, aquilo, apesar de pouco, era o possível.

Sem hesitar após a breve reflexão, entra curioso com o que encontraria do outro lado.