A Emboscada

Todos estavam descansando e têm sonhos confusos, mas inspiradores. Todos vêem um mulher com uma luz muito forte em volta de todo o corpo. Ela tinha uma expressão suave e maternal.

Não era velha. Na verdade, parecia muito jovem para ser mãe, tendo um ar de muita inocência. Mas ao vê-la, cada um se sente acolhido.

Ídris acorda se lembrando da sua mãe. Íkkarus também lembra da sua e pensa que já estava fora há 24 horas sem sinal de vida. Zvenn se acorda pensando em uma certa freira de convento. Enquanto Marga pensa em seu irmão. Evony sente uma certa tristeza por não ter em quem pensar dessa forma no momento e saber que sua família talvez estivesse até aliviada de sua distância.

Eram aproximadamente 18:30.

O sono é revigorante e todos se sentem mais animados, os Sonhos pareciam ter trazido um pouco mais de esperanças

Os pensamentos são cortados com altos sons de motos ligando, obviamente era hora da emboscada. Ao sair da Cabana, o bando parecia pronto. Riobaldo fala com sua voz grave de trovão:

" - Olha quem acordou! Tá na hora! Se ainda não mudaram de ideia. Tem máquina pra todo mundo que souber andar numa dessas. Quem não sabe vai garupa de alguém aí. Vamo aproveitar que esses burros decidiram passar à noite com esses mantimentos e usar a noite do cangaço ao nosso favor!"

Cada um deles estavam lá em suas motos que pareciam feitas sob medida, o grupo era: Riobaldo, Capitão Carniça-do-Mal, Medeiro Vaz, Faísca, Diadorin, A Mulher de Branco e Xicó e João-Grilo, os dois pookas estavam em um moto só, daqueles que tem um garupa ao lado. O Jumento dirigia enquanto o Calango estava na carona.

Faísca olha para Íkkarus, e aponta com os olhos a moto com o capacete em cima.

OFF: Todos ganham 3 de Glamour e 1 de FDV.

A imagem da mulher evoca sentimentos diversos na mente do Nocker. Apesar de nova, o alento maternal tragava as saudades que o Estouvado sentia de sua própria matriarca. Uma centelha de culpa permeia seu peito, ao lembrar-se que havia abandonado-a em meio ao seu aniversário. Havia lhe presenteado, mas sabia que aquilo não era o suficiente. O que ela estaria pensando naquele instante?

Apesar daqueles pensamentos pesarosos, o sono faz uma fagulha de esperança brotar no peito de Ikkarus assim que ele acorda. Algo lhe dizia que tudo aquilo era necessário e que a falta seria recompensado no futuro. Ah, seria sim! Com essa animação, ele se ergue num pulo, dando dois tapinhas na grande bola metálica que ressoava uma musica acalentadora ao seu lado.

‘- Let’s go, bro!’

Ele ajeita seu macacão, dá uns tapinhas em seu rosto e sai da cabana, observando o resto da Mixórdia se recompor. Acompanhado de Pepe, ele observa o discurso inflamado de Riobaldo e, ao sinal de Faísca, vai até a sua moto automática. Ele encaixa o capacete sobre seus cachos densos, perdendo-o por debaixo do queixo. Após verificar se o ramo estava bem colocado, ele dá a partida na moto, acreditando que ao menos nisso ela se pareceria com uma moto banal.

Idris acorda lembrando-se daquela que primeiro o ensinou a sonhar..

*Um céu de estrelas nomeadas..*

O Sorriso melancólico não consegue superar o carinho das memórias, e, os dentes e rosto mostravam felicidade, não melancolia.

Como uma forte mola retesada quando é solta, Idris saltava da cama aos primeiros roncos das motos, e, escutando a animação do Nocker, a alta fogueira de sua empolgação recebia a lufada que a transformaria numa fornalha..

"- Time to Rock... - Ele perdia a Referência, mas, a visão de Pepe, o faz terminar a péssima piada - .. Spock!"

*HAHAHHAHAHAHAHAA*

Talvez a lembrança, talvez o Glamour, jamais o sono, mas, Idris estava Feliz, e, Feliz ele sai da cabana sem se importar em bater a poeira que havia se acumulado em cima do mesmo enquanto dormia..

*POUTZ..*

Voltando rapidamente, quase do limite da saída da tenda, ele retorna à cama, pega sua pedra e, ainda rindo..

"-Time to rock, ROCK!" - Ele ria enquanto jogava a pedra para cima e deixava-a cair no bolso de sua calça..

*EU SABIA*

Saindo sorridente da tenda, ele acena com a mão e diz..

"-E então, qual dessas bixa bonita eu vou poder montar hoje?" - O Sorridente Eshu olhava para cima, para as estrelas, descamisado, com uma quimera no lugar de braço e sonhador, lembrando-se das histórias de sua mãe sobre todos os planetas, sobre todas as estrelas, e, pensando o que ela diria se pudesse olhar em seus olhos agora, qual nome ela diria..

OFF: Todos os créditos à BLENDINHA!

Riobaldo aponta com uma pequena faca para um das motos que estavam ali:

" - Acho que aquela será do seu agrado, caminhante."

Era impossível, pelo menos naquele mundo outonal, que o sorriso de Idris enlanguescesse, inexistiam músculos ou pele para isso, mas, ele sabia que sorria mais naquele momento...

*Você tem uma história, e, nossa cavalgada escreverá outra..*

.. Ele olhava de Riobaldo, à faca, ao caminho, à moto!

"-Prazer querida, eu me chamo Idris..." - Dizia enquanto subia em cima da mesma.

Todos podem ver que, uma das tatuagens do Braço do Eshu "escorrem" até fazer aparecer em sua mão uma de suas facas, e, sem pensar ou pedir autorização, ele a crava na ignição daquela moto..

*Você conhece meu povo..*

.. E gira a mesma dando partida na moto..

*Vamos descobrir o que faz você viajar..*

OFF: Enquanto a moto estiver ligada, Idris possui apenas uma faca.

Íkkarus ouve a brincadeira do Eshu e, tal qual uma criança, ri. Aquele sim era o momento do talentoso Eshu demonstra os seus dotes sociais! Aquilo o alegra e enche mais ainda o peito rancorosos Nocker de esperança. Em situações normais, ele provavelmente estria enumerando todas as merdas que poderiam foder com o plano que seria proposto, mas estava realmente animado. Aquela vida de pesquisador de campo era uma verdadeira caixinha de surpresas!

Ele olha pra moto que Riobaldo aponta diante da pergunta de Idris. O Estouvado assovia e fala para o Eshu, enquanto ele se apossava da garoupa daquela máquina insana:

‘- Preparado para a aventura, amigo?’

Íkkarus veste o capacete e então sente a moto. Ele era a moto. Ele pensa em acelerar, ela acelera, ele pensa em virar, ela vira.

OFF: Enquanto estiver conectado à moto, pode pilota-la com -2 de dificuldade e terá +3 em dificuldades de percepção para qualquer coisa ao redor que não tenha a ver com a direção em si.

Diadorin chama Zvenn e entrega dois cordões com um olho de boi em cada um deles, ela então fala:

" - Consegui isso aqui que pode ajudar a gente. Enquanto você e sua Quimera usarem isso, você pode se apossar dela e ser ela quando quiser. Só cuidado porque quando você faz isso com ela, ela também vai fazer isso com você. Então você vai ser ele e ele vai ser você enquanto estiverem assim."

Era um tesouro aquilo, o Sluagh sentia o Glamour dele.

Evony tem sonhos estranhos porém inspiradores. A imagem da mulher cercada por luz não sai da sua cabeça e ela se permite alguns segundos de reflexão sobre sua família mortal e depois sobre sua mãe Sidhe. Ela não lembrava nada de sua mãe Kithain e muito pouco de sua vida pregressa. 

Um vazio toma conta da Baronesa que sai de seu transe com os barulhos das motos. Era hora do show e ela trata de afastar os pensamentos para um lugar no fundo de sua mente. Evony preencheria esse vazio com seu orgulho e egoísmo. 

Após se arrumar Baronesa de Eiluned sai com seu porco e procura pelo dois Sluaghs com seus olhos. Rapidamente ela avista Medeiros Vaz com sua moto e um trenó amarrado para ela. Fazendo um sinal para o Porco a jovem se aproxima lentamente e após acomodar o animal no trenó ela aceita a mão estendida do Sluagh e senta em sua garupa enquanto observa a movimentação do Bando e de sua mixórdia. 

Riobaldo então olha para Faísca e faz sinal de afirmativo.

Era hora.

Faísca suspira e vira uma chave em sua moto, mais uma vez um campo de silêncio surge, o som das motos é abafado, de repente uma música, como uma porrada começa de dentro daquele campo. Medeiro Vaz e Zvenn levam um susto ainda maior quando uma música pesado e raivosa começa. Quase todos torcem o nariz e Diadorin fala:

" - Você precisa consertar isso, Faísca. Essas músicas estão cada vez pior.."

Faísca então responde como se fosse algo óbvio:

" - Isso não é defeito, é característica... E parece que o Capitão Carniça-do-Mal gostou.. "

O Redcap acelerava sua moto movida a ódio fazendo soltar fogo dos canos de descarga. Ele sorria com a música e parecia ansioso pra bater em alguem.



Yo, I came home from work the other day
I was tired, I just wanted to sit back in my big chair
And play a little a Xbox
You know, relax a little
Then my wife comes in, she start telling me I play too much Xbox
I said "What the fuck do you mean?
This is just how I relax
Can't I just play a little Xbox?"
Then she says "I saw on Oprah today that guys that play video games don't love their wives"
I'm like, "Motherfucking bitch, fuck Oprah! I don't give a fuck,
I just wanna play my video game!
I don't give a fuck about Oprah, Oprah ain't got no man
You better worry about your motherfucking self
I just wanna kill some motherfuckers on Xbox"
She says: "You seem like you have a anger problem, maybe you need some help"
I'm like, "Bitch! Call the police now!"

Gonna be institutionalized
You'll come out brainwashed with bloodshot eyes
You won't have anything to say
They'll brainwash you until you see their way
I'm not crazy, institution
You're the one who's crazy, institution
You're driving me crazy, institution
They put me in a institution said it was the only solution
To give me the professional help to save me from the enemy, myself

The other day I go on the Internet, I'm just trying to check my email
So I put in my password, it says I have an invalid password
I know my fucking password
So then it says "go to customer service"
So I get on customer service, I start talking to this dude
This motherfucker sounds like he was from India or some shit
He says to me, "What's your first dog's name?"
I don't know what my fucking first dog's name was
What the fuck's the matter with you?
I just want my password, give me my fucking password!
So then he ends up giving me my password
And he says, "Your password has been sent to your email address"
I'm like, "I can't get in my email address
What about 'can't get in my email address'
Do you not understand, motherfucker?
He says, "Oh my God, it seems like you have an anger problem you should have that checked out"
Ah

I'm not crazy, institution
You're the one who's crazy, institution
You're driving me crazy, institution
They put me in a institution said it was the only solution
To give me the professional help to save me from the enemy, myself

The other day I'm just sitting alone
On lunch break at my job Trying to eat a ham sandwich
Got a little potato chips on the side, a little Kool-Aid
This motherfucker walks up to me and says "Are you gonna eat that?"
Like, "Yeah I'm gonna eat that
What the fuck you think I'm gonna do
Shove it up your ass?
"Do you understand that that pork can kill you?"
"Look, motherfucker, pork is not gonna kill me
Unless they figure a way to shoot it out with a fucking gun
But I might kill you if you keep fucking with me!"
He says, "Hey, calm down, I'm a vegan"
Fuck, a vegan!
I couldn't give a fuck if you eat sawdust, motherfucker
Just step away from my fucking sandwich!
He says, "Do you realize how much sugar is in that Kool-Aid?"
I said, "Do you realize how much blood is in the human body?
Do you wanna see it, motherfucker?"
He says, "Oh my God, you need therapy you have an anger problem."
Ah

I'm not crazy, institution
You're the one who's crazy, institution
You're driving me crazy, institution
They pull me in a institution said it was the only solution
To give me the professional help to save me from the enemy, myself
Suicidal

Margarita deitou e dormiu. Estava exausta daquele dia tão cheio que tivera. O esforço do pequeno Pooka em lhe animar foi um alento, e talvez por isso, talvez pela energia do Umbuzeiro, ou talvez tudo junto em sua cabeça a fizeram tem um sonho bom. Estranho... Porém acolhedor.
A mulher envolta em luz trazia lembranças de seus pais, de sua abuelita, mas acima de tudo, lembrava de Caio. Seu irmão apesar de tudo, sempre esteve com ela. E agora tinha Kithains, nascidos dos sonhos assim como ela, em busca de um objetivo.
A Sátiro levanta de um pulo da cama, a sementinha da esperança estava lá, e ela passa as mãos pelos cabelos confiante, dá uma lavada rápida no rosto e sente que está pronta. Em sua cabeça, uma frase passa quase como um sussurro.

*O amor existe para que a realidade não nos destrua...*

Seus pensamentos são interrompidos pela voz de Riobaldo que trovoava fora da cabana. Ao sair, encontra Íkkarus empolgado em uma moto que parecia sob medida para o construtor de maravilhas.

*Será uma grande aventura!*

Ídris olhava as estrelas e elas o inspiravam. Sua piada faz o Nocker rir e ela fica feliz em ver o carinho que nutriam um pelo outro. Pensou em pegar uma carona com alguém. A baronesa se junta à Medeiro Vaz, o Sluagh parece se entender com Diadorin e Ídris... Bom. O Eshu era um espírito livre, e parecia um pecado não deixar ele curtir o momento com uma irmã de estrada. Margarita se dirige então à moto do jovem Íkkarus e pergunta:

"Posso ir com você?"

Íkkarus observa o campo silencioso se expandir ao comando do seu irmão de kith. Aquela tecnologia era interessante, poderia utilizá-la em menor escala quem sabe. Ele observa Fasíca girar a ignição e projetá-la sobre o bando. Estavam protegidos de serem detectados. A música pesada rola solta e o Nocker começa a balançar a cabeça no ritmo que embalaria a empreitada que a Mixórdia dos Pés Escuros estava se metendo junto ao bando de Riobaldo.

A música era alta e ele quase não escuta a voz suave e acalentadora de Margarita. Ele na verdade apenas sente sua presença e entende o que a mesma queria ao ler os belos lábios de ébano da Sátiro. Em transe, ele entende cada uma das palavras ditas pela companheira, mesmo diante de toda aquela insanidade que escutava a sua volta. Voltando a si, e percebendo que precisava dar-lhe uma resposta, ele fala, já meio sem graça:

'- Ah... claro! Claro! Segure-se firme!'

Ele se acomoda melhor e pensa na moto acelerando, o que a mesma faz de prontidão. Estava preparado e, assim que a Sátiro sobe e enlaça-o em seus braços, ele estaria totalmente pronto para partir com o bando.

A Baronesa observa a maior parte da mixórdia se acomodar. A música pesada que é ouvida na bolha de silêncio não incomoda Evony de maneira nenhuma. A Baronesa unseelie se sentia instigada pela música, deseja que a noite fosse violenta para aplacar o seu vazio

Íkkarus olha para Marga, que após o som abafado pelo campo de Faísca quase nada de sua voz se escuta. O Nocker encara a Sátiro olhando fixamente para seus lábios cor de canela e ela nota que o Estouvado se perde alí por um instante.

*São realmente extremos um do outro.*

Abre um grande sorriso para Íkkarus, se divertindo de uma forma bem inocente com aquele pequeno instante. Após o convite ela sobe na moto com um saltito e o envolve seus braços.

Estava pronta para o saque. Esperava que pudessem ser rápidos e que ninguém se ferisse. Assim que tudo fosse resolvido, seria a hora da festa. E esperar por isso, aquecia o coração da Sátiro.

Todos partem em direção ao objetivo com Riobaldo à frente liderando. Íkkarus sentia a moto, logo ele também sentia Marga montada nele e aquilo era um pouco estranho.

O porco de Evony ia tranquilamente no trenó sentindo o vento no rosto. Apenas as luzes das motos iluminavam a estrada no meio do cangaço que o bando entrava.

Noct sobrevoa o local e aparentemente havia realmente um grupo que ainda estava a alguns quilômetros de distância. Havia um carro a frente abrindo o caminha, um caminhão com alguma carga fechada dentro, de cada lado do caminhão uma moto com um piloto cada e atrás mais um carro protegendo a retaguarda.

Aparentemente Noct consegue contar 2 em cada carro e 3 na cabine do caminhão. Ao tentar chegar mais perto, o corvo se sente incomodado, ele sente uma vontade forte de fugir do mundo outonal e ir para o Sonhar, algum senso de preservação lhe diz que se ficasse ali muito tempo, deixaria de existir.

Não há sinal de nenhuma quimera ou changeling nem nada do mundo faerico perto deles.

Zvenn acorda com pensamentos que não esperava ter antes de uma emboscada. Como hábito de infância, mesmo sem fé alguma, mais em respeito àquela freira do que à qualquer coisa, se benze três vezes, refletindo como nada mais na sua vidinha pacata parecia normal. Ok, ser um Sluagh já não era algo normal e com isso Zvenn já estava acostumado, mas aquele oceano de emoções em pouco mais de um dia era algo que bagunçava a cabeça do mesmo.

Seus pensamentos são cortados por Riobaldo e sua maldita voz de trovão. Diadorin vem com um tesouro que Zvenn não esperava e o Sluagh acena em positivo em resposta, comentando:

'- Obrigado, tomarei cuidado.' - diz Sussurrante, mas não tendo como não pensar que seria interessante voar.

*Sossega o cu, Zvenn, você não é o Colosso de Ébano para ficar viajando na maionese.* - se repreende e volta a sua compostura.

Compostura que quase se vai com o susto com a música . O Sluagh segue com o grupo, mantinha sua concentração e seu silêncio, mas ao notar que Noct havia avistado algo, tenta usar o tesouro para enxergar o que ela vai para sussurrar ao grupo o que encontrariam.

Off: Narrador, tem como especificar na garupa de quem eu estou? Usando o tesouro eu sinto a angústia do Noct? Solicito o teste que for necessário para usar o tesouro com 1 de FV. 

Zvenn aproveita que estava ali perto e vai na garupa de Diadorin, ela se ajeita na moto com sua aparência andrógena. No caminho, Zvenn então utiliza o tesouro que lhe fora emprestado. Seus olhos ficam completamente negros e de repente ele é Noct, se permitindo voar. Já o corpo de Zvenn se agarra a Diadorin que dá uma risada e balança a cabeça. Por mais inteligente que fosse, Noct ainda era um corvo e usualmente corvos não costumam andar de moto, ele temia por sua vida e sentia falta de suas asas de corvo.

O Bando para então em um ponta da estrada onde alguns grandes arbustos a cercavam, todos saem da estrada e se posicionam, Riobaldo fala:

" - Vai ser aqui. Escondam as motos atrás dos arbustos só por segurança. A escuridão não vai deixar que nos vejam.

Ele então olha para a mulher de branco e diz:

" - Agora faça o seu trabalho. "

A mulher de branco sai da moto, respira fundo e de repente seu corpo inteiro começa a brilhar com uma luz branca e espectral. Era possível notar que o brilho não era apenas faérico, era um brilho que com certeza os mortais veriam. Todos já haviam escutado sobre como "Apelar ao Fado". Fazer seu semblante e tesouros quiméricos se tornarem tangíveis e visíveis no mundo outonal. Talvez fosse aquilo que estivesse acontecendo. Ela se posiciona na beira da estrada. Todos pegam nas suas armas e ficam escondidos. Riobaldo fala para si mesmo:

" - Essa mulher é o diabo mesmo, Ela sempre consegue fazer esses acidentes.. Eu acho que ela gosta disso."

Ainda a uma boa distância, já era possível ver o clarão dos faróis da caravana.

A Baronesa se aproxima de Riobaldo e fala enquanto tira um espelho de mão de sua bolsa: 

“- Se você quiser eu posso ver o que está acontecendo lá...”

Ela esperava uma resposta para usar o seu tesouro.

Ninguém se junta à Idris em sua moto, e, o banco de traz seria então o de seu bom senso, permanecendo, como sempre, vazio.

*Vamos lá garota..*

A primeira arrancada faz o pneu dianteiro levantar, e, como que para aclamar o feito, a musica infernal começava em um volume condizente com a ansiedade do Eshu.

Sorriso.

Idris acelerava sua moto, porém, sem jamais ultrapassar os demais, era um momento dele, e só dele, aquela cavalgada.

"-Agora é com você garota."

O Wylder então gira sua mão direita ao máximo, fazendo a moto berrar ao som de "I'm not crazy, institution ", e, fecha completamente seus olhos.

Ele então sente o vento bater em todo seu corpo, sente os grãos de areia no rosto, cada grão com uma vida inteira para contar, sente o cheiro de todos de sua mixórdia, sente os cheiros desconhecidos dos outros Kithians, e, o cheiro da prórpria terra em que estavam, após alguns segundos, que são vidas inteiras nas vidas das efeméridas, o Eshu arregala os olhos, deixando sair um grito incontido de puro êxtase..

"-UUUUUUUHUUUUUUUUUUUUUUUULLLLLLLLLLLLL! VOCÊ É FODA GAROTA!"

E continua seu trajeto até que o bando para.

*Certamente uma viagem querida, certamente uma viagem..* - Enquanto guardava a moto atrás do arbusto, Idris volta ao bando caminhando, sem ter desligado a moto, com a cara de quem tenta escutar algo, e, depois de alguns segundos.

"SNAP" - Com um estalar de dedos, a moto para de ronronar para a noite, e, a faca que também era chave, volta ao braço de Idris, e, passa então a ser tatuagem.

O Revigorado Wylder se põe ao lado então da Mixórdia enquanto vê o comboio chegando e uma pequena ideia começa a se formar..

"-Qual o plano exatamente Sr. Carniça?"

OFF: Idris rolou no Roll 20, 01 sucesso com Dif. 9 para dirigir sua moto de olhos fechados.

O misto de sentimentos naquela viagem eram um infinito. Ele sentia o vento rebater em seu rosto. Sentia o ar rarefeito fugir de suas narinas. Os seus olhos se amiudavam, tentando garantir um melhor foco diante da velocidade que sua mente transferia quimericamente para a moto emprestada de seu irmão de kith.

*Isso é incrível!*

Mas não era só isso.

Marga estava sobre a moto... estava sobre ele. As ancas vistosas e grossas se prendiam em volta da moto... se prendiam em volta do Nocker. Ele se sentia montado pela Sátiro, como se ambos estivessem mais ligados do que naquele mero abraço que a Estouvada enlaçava o corpo do Nocker. Não. Parecia muito mais profundo. Muito mais intenso. E bom! Era bom aquela sensação, apesar de Íkkarus nunca ter sentido antes aquilo... para além do sangue correndo nas partes baixas.

O Nocker tentava manter sua atenção em outras coisas, como a própria estrada. Ele acompanha o bando até que todos param perto de um conjunto de arbustos no meio da estrada deserta. Parando a moto atrás do arbusto, o jovem crafter espera a sua companheira de garupa descer. Enquanto isso, ele observa absorto a Mulher de Branco vagar até a estrada e liberar um brilho intenso de seu próprio eu. Era tão intenso que os raios luminosos atravessavam as barreiras quiméricas da realidade do Sonhar e se transmitiam no mundo outonal. Sim, era isso! Ele podia sentir isso, os pelos de seu braço se eriçavam ao sentir essa passagem. Ele a observava, perdendo-se em fascínio de tal forma que sua percepção pouco percebe a aproximação da caravana. O roubo estava perto e Íkkarus se perguntava exatamente o que estava acontecendo desde que deixaram o Ducado...

Riobaldo olha para espantado para Evony e fala:

" - Valha, pode ver lá? Podia ter dito antes né? Mas faz o favor de ver sim. O Sluagh de vocês, Zvenn o nome dele, certo? Parece também estar olhando lá."

O Capitão Carniça-do-Mal responde à Ídris olhando para o nada e filosofando como se estivesse citando alguém:

“- O real não está no início nem no fim, ele se mostra pra gente é no meio da travessia.  ”.

Ele então olha para o Eshu e continua:

" - Tem plano não homi. O plano é a coisa-ruim ali fazer eles pararem " - ele aponta para a mulher de branco " a gente invade mete as armas na cara deles e pegamos os alimentos que tão la dentro. Se alguém der uma de super herói, chumbo neles, se ninguém reagir é uma pena, mas Riobaldo vai ficar mais feliz ainda. Não tem nada de novo aqui, já fizemos isso uma ruma de vezes, única diferença é que nunca fizemos à noite! Mas é a mesma coisa."

João-Grilo, o Pooka calango se aproxima de Margarita, ele parecia com medo e chegava a dar pena. Ele tinha um terço em sua mão e rezava:

" - avemariacheiadegraçasenhoréconvoscobenditasoisentreasmulheres..."

Aparentemente, ele achava que ela seria uma boa proteção para ele. O Pooka jumento, um pouco mais tranquilo ficava apoiado em sua moto e olhava para a sua gaita.

Arianna ia na garupa de Faísca, ela estava preocupada, assim como todos estavam. Ela tentava entender também um pouco daquela situação e se alguém pudesse saber o que ela estava pensando, veria a frase:

* Como chegamos nesse ponto? *

Ikkarus acelerava a moto e parecia focado. Esperava a frieza da noite e do vento que rebatia neles. Estavam indo rápido junto ao bando, e cada desvio de obstáculo, buraco ou pedra, a Sátiro travava as pernas na moto para se equilibrar e não cair. Mas abraçada ao tímido Estouvado, a cada apertar de suas pernas, Marga sentia emanando dele um calor do corpo que ela conhecia bem.

Apenas sorriu aninhada nas costas do Nocker, mas nada comentou.

Ao olhar para o lado, Ídris aproveitava cada momento e chegou a fechar os olhos um instante para sentir o vento e o trajeto como deveria ser sentido. Ele era um viajante, e sua paixão pelo caminho, pelas histórias que estes trazem, pela liberdade e por viver o momento em sua plenitude era algo lindo de ver. Era sua natureza. O grito de êxtase vindo do Eshu era da sinceridade de um amante. Era uma sinceridade que ela conhecia bem.

*Todos somos nossas paixões. Temos que viver elas hoje, intensamente, porque amanhã não haverá mais nada.*

Ao parar do bando do Capitão, todos escondem suas motos e a Mulher de Branco vai à frente e brilha intensamente.

O plano era simples e direto. Margarita permanece próxima a Ídris e Ikkarus se mantendo em alerta. Vê o Pooka que tentou animá-la mais cedo com bastante medo se aproximar dela. Olha nos olhinhos de Calango dele e o encoraja.

"Vai dar certo. Fique perto e cuidado."

O Pooka Calango ainda tenta parecer forte, em uma tentativa de parecer corajoso que chega a parecer cômica, ele diz para Marga:

" Não é medo não, só perdi a vontade de ter coragem”.

E segue rezando.