Ducado do Belo-Mar
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.

Ir para baixo
Admin
Admin
Admin
Mensagens : 511
Data de inscrição : 26/06/2018
https://ducado-do-belo-mar.forumeiros.com

O Túnel Preto e Branco - Página 4 Empty Re: O Túnel Preto e Branco

Qui maio 07, 2020 1:22 pm
Sem a resposta da Baronesa, Íkkarus sai do círculo chamando a atenção de um dos monstros devido ao raio que acertava o outro fantasma em cheio.

O outro monstro, vendo que tinha derrubado Arianna vai diretamente em direção à Kalliope da mesma forma que o primeiro fez, porém uma energia diferente, verde o envolve e explode em cima dela.

OFF: Kalliope tomou 5 de dano agravado

Ikkarus puxa o fantasma e a armadilha funciona, o fantasma estava preso na armadilha que sacudia e soltava fumaça. O último monstro ali ataca então o Nocker com seus tentáculos, mas não consegue acertar.

A armadilha fumegava e de repente explode em um grande globo e energia e eletricidade que não causa dano à ninguém, exceto ao último monstro que desaparece, o globo de energia abrange a todos.. A mochila de Íkkarus também solta uma fumaça e um cheiro de queimado e fica inutilizada.

Pequenas faíscas de eletricidade saíam do Nocker e o fantasma da mulher finalmente aparece ao lado dele, não tinha mais uma expressão ameaçadora, simplesmente estava ali perto, sem fazer nada. Ikkarus sabia que a P.R.A.U.E. havia criado algum tipo de magnetismo entre o utilizador e o alvo ativada pela explosão.

A pedra estava caída no chão, Íkkarus estava certo em alguns dos seus cálculos e a pedra havia se separado do fantasma.

OFF: Íkkarus está "assombrado" bem como qualquer um que fique perto dele.
Idris Bancole
Idris Bancole
Mensagens : 256
Data de inscrição : 29/07/2018

O Túnel Preto e Branco - Página 4 Empty Re: O Túnel Preto e Branco

Qui maio 07, 2020 2:36 pm
Em resposta ao pedido do Eshu, uma graciosa e maravilhosa música brinda seus ouvidos, sendo esta brisa morna tangida com maestria pelos finos, belos e habilidosos dedos da Baronesa Evony de Eliuned.

Idris, deitado e prostrado sente seus ferimentos começarem a esmaecer, a dor debilitante que sentia não mais lá estava e ele começa a relaxar..

*MAS QUE CARAL..*

.. Seu plácido momento de paz é interrompido por gritos, estouros e urros, o que faz com que o Eshu levante-se irritado.

*POUTZ.. É aqui que eu estou...*

Vendo o desenrolar da ultima cena com seus próprios olhos, Idris vê a explosão que oblitera a última das criaturas em uma esfera de energia, vê Ikkarus prostado em frente ao fantasma de uma bela mulher, e, virando-se primeiramente para a Sidhe que expunha seu legado Seelie fala.

"-Um prazer icomensuravel servir em vossa mixórdia minha nobre Evony, agora, com sua licença, irei relembrar ao Nocker sobre modos.. enquanto isso, caso possível, continue a tocar e nos agraciar com seus inúmeros talentos.." - Fala de maneira afável à Evony..

Ele caminha lentamente, percebendo muitos de seus companheiros ao chão, sabendo que o perigo havia passado, os deixa ali aos cuidados da própria terra, por fim, chegando as costas de Ikkarus, desfere-lhe um sonoro tapa no pescoço, que mais produz barulho do que qualquer tipo de dano e lhe diz.

"-ONDE ESTÃO SEUS MODOS IKKARUS? Você está à frente de uma dama.."

OFF: Com a cura, Idris deixa de estar aleijado e volta a se mexer.
Margarita Martinez
Margarita Martinez
Mensagens : 113
Data de inscrição : 21/03/2019

O Túnel Preto e Branco - Página 4 Empty Re: O Túnel Preto e Branco

Qui maio 07, 2020 3:04 pm
O zunido atrás de si começa a avançar em passos e a estática faz seus pelos arrepiarem.

*Ikkarus...*

O Nocker até aquele momento, desde que o conhecera nunca foi um combatente, mas ele estava ali, indo agora à frente da Sátiro que tinha se disposto a protegê-lo. Ela o olha de onde está. Dali, ele parece enorme, como a força que tinha por dentro e com ela movia suas criações.

Um ataque se ergue em direção ao Estouvado e sua concentração parece o tornar imune ao mesmo, diferente da Troll, que em sua mais recente liberdade era atingida de forma certeira e profunda por um dos inimigos.

*Não... Não posso ficar assim. Somos fortes. Cada um como pode. Cada um do seu jeito.*

Os olhos antes vazios, agora encaram a fantasma que se aproximava envolta em raios. Ela se debate, mas ainda assim é tragada para a mochila do inventor.

Apoia a placa de metal no chão e esboça se levantar, mas uma explosão bem a sua frente a cega por um instante. Seus braços instintivamente vão adiante para lhe proteger, porém, nada a atinge. Ao abrir os olhos novamente, uma energia ligava o Wylder à fantasma que antes exultava em ameaçadora gargalhada, mas agora, apenas permanece ali, sem ter mais o fogo em seu peito.

Margarita apoia uma das mãos no chão para se levantar e nota a pedra.

*Ele... Ele conseguiu!*

Margarita estende sua mão adiante e colhe o pequeno coração de fogo e o guarda. Levanta e se aproxima de Ikkarus. Olha para toda a destruição em volta, ainda absorvendo tudo, olha para a fantasma e depois para o pálido companheiro e toca o ombro do Nocker de forma suave:

"Você foi incrível, meu amigo. Simplesmente incrível..."

*Mas ainda não acabou.*

Aperta agora os passos em direção à Arianna e Kalliope. Com a música da rabeca empunhada pela belíssima Baronesa, as forças retornam ao corpo do príncipe das estradas que agora voltava a caminhar e vem em direção a Sidhe em sua forma Seelie.

*Este fim não pode ser o fim... Não ainda!*

Larga a placa de metal e pega o corpo de Lady Arianna, com um pouco de dificuldade. Era uma mulher, maior que a média, mas em tudo se mostrava como mulher. Ela a leva para junto da gigante azul, e o Porco. Kalliope parece resistir.

"- Minha nobre Baronesa, sua música encheu nossos espíritos de inspiração e nossos corpos reagiram a sua explosão de beleza. Por favor, me diga e, pelo Sonhar, rogo que seja possível..."

Junto dos companheiros caídos completa:

"- ... Que não estejam perdidos. Podes fazer algo por eles?"

Olhar para Lady Arianna amarra um nó em sua garganta. Quanto mais o nó aperta, com mais força ela roga para que algo ainda possa ser feito.

"- Por favor...?"
Sir Íkkarus Kataskevastís
Sir Íkkarus Kataskevastís
Mensagens : 256
Data de inscrição : 23/07/2018
Idade : 29
Localização : Rio de Janeiro

O Túnel Preto e Branco - Página 4 Empty Re: O Túnel Preto e Branco

Qui maio 07, 2020 4:45 pm
O Nocker não tem resposta.

*TÁ QUE PARIU... a realeza precisa ficar retardada JUSTAMENTE num momento como esse?*

Ele não tinha muita escolha. O corpo aprisionado na centelha vagava na direção do círculo protetivo. Em segundos ele estaria em seus limites e sabe-se lá o que ocorreria se a ectoplasma da fantasma tocasse na redoma criada pela Baronesa. Não! Eles não poderiam ter imprevistos!

'- É...'

O Estouvado dá um passo a frente. Ele hesita. Se as criaturas haviam engolida a porra de uma Troll, o que fariam com um Nocker?

*Eu tô fodido, caralho...*

Mas não poderia deixar que todo o plano falhasse por causa do seu medo. Não poderia! Kalliope havia se arriscado, Idris também! Arianna jazia caída no chão, sem vida... o sacrifício de cada um não poderia ser em vão.

'- Não será...' - fala o Estouvado consigo mesmo.

Ele se desvencilha da barreira imaginária que lhe separava de seu objetivo. Não, não falava ainda da redoma. Era do medo e do receio das incertezas que eles se despia. Estava livre.

*Falta uma...*

Ele dá o primeiro passo para fora, alguns centímetro mais próximo do corpo esguio que era segurado pelo raio de sua arma. Já sem a proteção da Sidhe, o Nocker sentia-se livre. Poderia dizer até que mais corajoso. A fantasma se aproximava cada vez mais, distante apenas a alguns centímetros de distância. Fascinado, Íkkarus sequer percebe que um dos fantasmas vinha em sua direção.

E tudo ocorre em milésimos de segundos.

A fantasma é tragada para dentro da P.R.A.U.E.. O Nocker consegue sentir a conversão da energia ectoplasmática em energia elétrica. Podia ver em sua mente todo o processo que ocorria no interior de sua  mochila. E podia senti-lo. Internamente, toda a parafernália sacudia e soltava fumaça. Num desses saculejos, o Nocker é empurrado e, num desequilíbrio, cai.

'- AAAAAA...'

Um queda providencial, diga-se de passagem! O último dos fantasmas-bomba ataca o Nocker com seus tentáculos, mas acaba errando devido o movimento "inesperado" do rapaz. Algo ocorria. Íkkarus sente o impacto nas suas costas. A M.A.E.E. explode numa onda de energia que vai se espalhando, tal qual as ondas formadas com o impacto de uma pedra sobre o leito de um rio. O último inimigo é destruído, mas isso o jovem mecânico só percebe quando a fumaça produzida por sua quimera se dispersa por completo.

'-...'

Ele também percebe que faíscas saiam de si. E percebe que a porcaria da fantasma estava solta novamente.

'- PORR...'

Ele se ergue. Primeiro, para se afastar da criatura. Entretanto, a medida que vai se levantando, o Nocker percebe que o semblante do fantasma não era mais aterrador. Ele compreende tudo.

'- Nós...'

Estavam conectados. Ele sentia. Ele sabia. O Nocker ergue sua mão, tentando tocá-la.Margarita, porém, toca primeiro o ombro do jovem, tirando-lhe do transe.

'- O... ob... obrigado, Margarita!'

Ele realmente tinha conseguido! Isso era incrível! Ele se vira novamente até a fantasma, quando sente um outro toco. Um menos amistoso. Um verdadeiro pescotapa.

'- AI, CARAL...'

Ele se vira, pronto para meter a porra de um soco na cara do infeliz. Sim, ele estava realmente se achando a pessoa mais corajosa da parada. Entretanto, a visão de Idris e suas palavras lhe desarmam...

'- PUTA QUE PARIU! Tu tá de pé, malandro?!

Íkkarus se joga em cima do Eshu, passando a mão por trás de seus ombros e olhando para a fantasma:

'- Bem, Idris... desculpe meus modos... deixe-me apresentá-lo a...'

Ele olha para a criatura, esperando que ela pudesse dizer seu próprio nome. Sentia-se íntimo da mesma; de certa forma o eram. Ele a havia convertido em energia elétrica! Era um tipo de relacionamento difícil de criar com qualquer fantasma.
Condessa Evony de Eiluned
Condessa Evony de Eiluned
Mensagens : 279
Data de inscrição : 23/07/2018

O Túnel Preto e Branco - Página 4 Empty Re: O Túnel Preto e Branco

Sáb maio 09, 2020 3:14 pm
Evony assiste a cena de maneira limitada enquanto toca a Rabeca. Ela pode ver que começa a funcionar quando seus ferimentos começam a ficar melhor. Ikkarus está dando cabo dos fantasmas, mas em últimos esforços a Troll e a outra Sidhe ficam gravemente feridas. 

As pessoas falam com Evony mas ela está presa entre o choque da cena o transe que se encontra tocando a Rabeca. Ela sabe que poderia fazer mais, sabe que poderia curá-los basta que ela se esforçasse mais. Ela aumenta a velocidade da música e se esforça ao máximo, mas o desespero cobra seu preço e ela erra uma nota, um erro grave. 

O esforço é tremendo e a Baronesa cai desfalecida. Suas vestes volta a cor habitual preta e ela perde a consciência por alguns instantes. O Glamour muda em torna dela enquanto ela volta a seu habitual estado unseelie.

OFF GAME: Falha crítica para tocar a Rabeca que não pode mais curar ninguém o resto da cena.
Admin
Admin
Admin
Mensagens : 511
Data de inscrição : 26/06/2018
https://ducado-do-belo-mar.forumeiros.com

O Túnel Preto e Branco - Página 4 Empty Re: O Túnel Preto e Branco

Seg maio 11, 2020 4:36 pm
O galpão estava sem nenhum fantasma agora, exceto pela mulher que estava próxima à Íkkarus... Não era exatamente um fantasma, mas um reflexo eletro-magnético do que aquela fantasma já tinha sido causado pela P.R.A.U.E. de Ikarus.. Por isso, ela simplesmente não respondia ao Nocker, na verdade parecia não escutar, apenas olhando em volta um pouco perdida e um pouco abobalhada. Com certeza ela estava em outro lugar...

A única coisa que havia no galpão era, atrás do grupo uma porta que provavelmente voltaria para o corredor principal, faltava apenas uma pedra para finalmente saírem dali. Marga levava Arianna, que estava desacordada, no ombro ela pesava mais do que sua aparência faérica dava a entender.
Margarita Martinez
Margarita Martinez
Mensagens : 113
Data de inscrição : 21/03/2019

O Túnel Preto e Branco - Página 4 Empty Re: O Túnel Preto e Branco

Seg maio 11, 2020 11:11 pm
Lady Evony aparentemente havia dado tudo de si. Ao vê-la desfalecer, entende o quanto tudo fora intenso também para ela, que se mostrava tão forte.

*Eu entendo, minha doce Baronesa... Não imaginava que pudesses ser ainda mais bela. Ansiarei por um reencontro.*

Levanta-se então com Arianna em seus braços. Apesar dos ferimentos, estava apenas desacordada. Estava viva, e isso era o mais importante naquele momento. O peso da Sidhe não harmonizava com seu tamanho faérico, mas a observava com atenção e levava com cuidado para que a mesma não se machucasse mais.

Apesar de terem pego a pedra, desta vez, o cenário em nada mudara. Procura a cada um da Mixórdia com o olhar para verificar se estavam todos ali enquanto se aproximava do espectro. Ainda com a Fionna em seus ombros para caso precisassem sair rapidamente dali, a Sátiro, que ainda estava em posse da Pedra daquele cenário, tenta falar com a desorientada energia.

*Talvez alguma ligação ou reação com a pedra a faça despertar do transe... Vale a pena tentar...*

"- Oi... Eu sou a Marga. Sabe quem é você e o que está fazendo aqui?"

Se aquela resposta viesse, talvez pudessem entender um pouco mais a respeito de Zvenn e dos segredos que ele mesmo não poderia contar.
Sir Íkkarus Kataskevastís
Sir Íkkarus Kataskevastís
Mensagens : 256
Data de inscrição : 23/07/2018
Idade : 29
Localização : Rio de Janeiro

O Túnel Preto e Branco - Página 4 Empty Re: O Túnel Preto e Branco

Qua maio 13, 2020 11:49 am
O espectro não responde, parecia lobotomizado. O Nocker dá de ombros e apenas responde ao amigo:

'- Acho que ela ficou meio traumatizado com toda essa tensão... deve ter batido o cabeção no processo...'

Ele se vira, vendo a Sátiro carregar a Fiona. Evony também tinha desfalecido e agora voltava aos tons negros de sua vestimenta.

*Gostava mais dos tons brancos...*

Ele faz um sinal para o Eshu, para irem até a Sidhe desacordada. Ele aproveita e fala:

'- Acho que alguém também vai precisar carregá-la...'

 Observa o cenário, a porta. Ainda tinham mais um desafio para enfrentar e estavam com duas companheiras fora de combate. E a Troll? Como ela estaria?!?
Admin
Admin
Admin
Mensagens : 511
Data de inscrição : 26/06/2018
https://ducado-do-belo-mar.forumeiros.com

O Túnel Preto e Branco - Página 4 Empty Re: O Túnel Preto e Branco

Qui maio 14, 2020 7:57 am
A fantasma parecia estar em "outro mundo" ela não escutava Marga e não responde nada.

Arianna não tinha nenhum ferimento físico visível, estava apenas desacordada e não tinha nenhum resquício de seu semblante faérico.

Zvenn andava em direção à porta e a abria, ele se vira para a Mixórdia e sussurra:

" - Vamos? Quero sair daqui o mais rápido possível e já estamos no final.."
Admin
Admin
Admin
Mensagens : 511
Data de inscrição : 26/06/2018
https://ducado-do-belo-mar.forumeiros.com

O Túnel Preto e Branco - Página 4 Empty Re: O Túnel Preto e Branco

Sáb maio 16, 2020 11:20 am
Zvenn então sai junto com a Mixórdia e voltam para a sala inicial com a porta com espaço para as outras pedras.

A última porta, que tinha um pássaro desenhado estava aberta e um rastro de sangue saía da sala onde se encontrava a Mixórdia.

No fim dos rastros, havia um corvo ferido. O corvo tinha apenas um olho no meio da sua cabeça. Ao lado do corvo estava também um menino de uns 10 anos que sangrava pela boca. Zvenn os conhecia muito bem, e pelo menos o corvo já havia sido visto com o Sluagh pelos outros.

Zvenn pára pensativo e sussurra:

" - É a minha vez.. para conseguir a última pedra, eu tenho que escolher entre um dos dois.. Eu já imaginava que em algum momento isso ia chegar.."

O Sluagh então respira fundo, se vira para a Baronesa,mas onde os outros pudessem ouvir, aponta para a porta maior com as entradas das pedras e fala:

" - O Berimbau está atrás daquela porta. Ele está escondido por uma magia que teve uma Prenda complexa.. Para manter escondido, ele precisa do Glamour extraído através do sofrimento."

Zvenn olha para os dois feridos no chão e continua:

" - Eu me recuso à escolher.. Pelo menos, por hora, nossos caminhos se separam aqui.."

Ele então encrava os dedos das duas mãos no peito e o abre expondo um interior cheio de mofo, larvas e aranhas. Lá dentro brilhava a última pedra. Ele tira a pedra e entrega para a Baronesa.

Por fim, ele sussura:

" - Eu vou ficar aqui.. preso em mim mesmo.. explorando esse lugar como meu Noct e meu Sonhador.. Para ajudá-los, eu deixo um presente. Algo que eu descobri nos túneis do metro: Há um traidor no Ducado, ele luta ao lado da Imperatriz do Inverno, o que eu sei é que ele poderá ser reconhecido pelo seu nome. Agora, preciso apenas que abram a chave de minha mente"

Uma fechadura antiga e intricada aparece na testa de Zvenn, todos ficam um tempo sem entender. Kalliope então toma a dianteira, retira uma chave grande do pescoço, a coloca na testa de Zvenn e gira.

As quatros pedras conseguidas anteriormente, são então atraídas para seus respectivos buracos e uma luz saía da mente de Zvenn, indo diretamente ao último buraco. A porta se abre revelando uma pequena sala revelando um berimbau que brilhava dourado, com fitas que se tremeluziam sozinhas como se fossem chamas. A corda era um pouco mais grossa que um fio de cabelo . O Berimbau estava ali, finalmente.
Sir Íkkarus Kataskevastís
Sir Íkkarus Kataskevastís
Mensagens : 256
Data de inscrição : 23/07/2018
Idade : 29
Localização : Rio de Janeiro

O Túnel Preto e Branco - Página 4 Empty Re: O Túnel Preto e Branco

Seg maio 18, 2020 12:34 pm
Com todos reunidos e ""bem"", a Mixórdia novamente retorna ao encalço do fim daquele quebra-cabeças aprumado pela mente quebrada do Sluagh. O Nocker então retira de seus ombros a M.A.U.E.E.. Não sabia o que enfrentariam e um monte de parafernália preso as suas costas poderia dificultar-lhe caso precisasse correr ou alguma coisa parecida. Ele leva consigo apenas a pistola... poderia reutilizá-la numa próxima invenção. Assim, jogando o resto do maquinário num monte de ferro velho, ele segue com sua Mixórdia. O grupo, bastante fragilizado, se arrasta até a sala central das portas. Pé ante pé.

*Será que chegaremos no final desse lugar bizarro?!*

A última porta, com um pássaro entalhado entre as tábuas de madeira envelhecida que ornavam a porta, estava aberto. Sangue lambuzava o piso, induzindo a um caminho rubro para dentro do local. Respingos no roda-piso e o padrão espaçado logo após a poça indicavam algo parecia ter se arrastado para dentro da sala maldita enquanto eles estavam ocupados demais com seus problemas ectoplasmáticos.

Ao fim do rastro, uma silhueta conhecida do grupo. O corvo que parecia acompanhar fraternalmente o Sluagh estava ao chão, bastante ferido. Ao lado, havia um jovem garotinho, o qual parecia também estar em sofrimento. Ele cuspia sangue!  E é então que Zvenn se coloca no foco da situação. Era uma situação deveras inusitada, afinal o macabro companheiro era mais afeito às sombras do que ao foco da ação. Ali estava ele, diante de duas criaturas que lhe pareciam ser caras. Uma escolha? Sim. Zvenn confirmava que precisaria escolher. Não apenas isso, o companheiro também fala que a última porta era o refúgio do Berimbau.

O Nocker estava pronto para questioná-lo. Até havia formado a questão em sua mente:

*E quem o col...*

No entanto, a mente do Nocker trabalha mais lenta do que os dedos aracnídeos do Sluagh. O Nocker hesita diante do que vê diante de seus olhos! O maldito Sluagh trazia uma das pedras dentro de si, a qual ele retira abrindo o peito nu e revelando um interior pútrido... nada muito diferente do que sua aparência externa. Mesmo assim, era horripilante ver a cena, que faz o Nocker engolir secamente sua saliva. Ele entrega a pedra à Baronesa, avisando também mais uma coisa.

*Isso eu já sei!*

O Nocker havia também sido informado sobre o traidor. Ele tinha também outras informações, mas ali não era o momento de fornecê-las. O Sluagh dizia que ficaria ali, mas que eles precisavam abrir a mente dele. O Estouvado não entende muito, até que uma fechadura aparece no meio da testa do filho da mãe do Sluagh, a qual é aberta pela Troll.

'- QUE P...'

O xingamento do Nocker é interrompido quando sua visão se ofusca pela luz que saia da mente do Sluagh. Quando tudo passa, as pedras haviam sido reposicionadas nas portas e a última delas estava aberta. O Berimbau esta ali! Íkkarus, instintivamente, se aproxima da mesma e, com a mão desocupada, a toca, sentindo o fio da sua corda.

'- Eu não acredito que encontramos ela!'

Ele então toca o bastão do Berimbau, empunhando-o entre seus dedos, sentindo o peso daquela relíquia. Eles haviam encontrado tudo  e estavam um passo mais perto de desvendar todo o mistério que os cercava!
Condessa Evony de Eiluned
Condessa Evony de Eiluned
Mensagens : 279
Data de inscrição : 23/07/2018

O Túnel Preto e Branco - Página 4 Empty Re: O Túnel Preto e Branco

Seg maio 18, 2020 8:00 pm
Evony acorda já fora da sala em um estranho corredor. Ele havia sido carregada pela Troll, quando chega ao corredor a Sidhe sinaliza estar acordada e que já podia caminhar. 

A Cena é estranha e a Baronesa tem dificuldade de se lembrar dos detalhes dos últimos minutos. Sabia que havia agido com o seu lado seelie e os sentimentos ainda estavam confusos em seu coração. 

Zvenn é quem fala revelando a sua ligação com o estranho local. Uma quimera que Evony sabia ser próxima do Sluagh e uma criança estavam ali. O destino chamava Zvenn para seguir outro rumo e a Baronesa se vê mais uma vez sozinha. 

*Ele era o único que realmente me entendia e me aceitava como eu sou.*

Ainda triste a Baronesa lembra do código Unseelie e aquilo lhe traz algum conforto:

*A mudança é boa.*

O Sluagh fala sobre escolhas e abre seu peito revelando um interior pútrido mas que não assustava a unseelie. Ela conseguia, dessa vez, ver a beleza daquela situação e daquele kithain. 

*Glamour é livre.*


Ela olha para o Sluagh, seu único vassalo por juramento e pensa:

*A honra é uma mentira.*

Ela recebe a última pedra e fala: 

"- Zvenn, obrigada por tudo. Eu espero que você encontre o que procura. Paixão antes do dever.


A imponente Baronesa se recompõe e coloca todos os seus sentimentos de dor, perda e frustração de lado. A pedras vibram e voam para a porta revelando o Berimbau Dourado. 

Em sua cabeça a Sidhe pensa nas palavras do Sluagh sobre uma prenda complexa e o glamour do sofrimento. Ele também fala sobre um traidor que seria revelado pelo seu nome e isso intriga a nobre. 

Perdida ainda em seus pensamentos ela não percebe o quão rápido o Nocker se aproxima e pega o Berimbau. Evony prestava atenção ao ambiente ainda sentia que algo que podia acontecer. Algo mais de ruim sempre poderia acontecer.
Margarita Martinez
Margarita Martinez
Mensagens : 113
Data de inscrição : 21/03/2019

O Túnel Preto e Branco - Página 4 Empty Re: O Túnel Preto e Branco

Ter maio 19, 2020 10:21 am
Sem resposta... como muito do que acontecia ali naquele cenário sombrio, cinza e hostil, apenas perguntas.

Continuava com Arianna em seus ombros quando finalmente o Sluagh se manifesta com algo que poderia chegar muito próximo à empolgação. Não é fácil encarar seus próprios demônios... quanto mais, compartilhá-los de maneira tão explícita.

Um rastro de sangue os guiavam até a última porta, onde Noct jazia em sofrimento lado a lado com uma criança.

*uma escolha...?*

O berimbau estava perdido pois se escondia nas profundezas de um ser enigmático chamado Zvenn. A cada sala, recuperaram uma lasca de seu coração que ardia em fogo num contraste inimaginável com sua face fria e enigmática.

*Assim também existem tantos, meu caro...*

Marga se compadece. Aquela pequena jornada era grandiosa. Se aquele era o fim do caminho rumo ao coração da figura preto e branco que lhes acompanhava entre sussurros e maldições, ela se interrompia como tantas.

*Preferimos rasgar a nós mesmo que escolher entre o que o coração não quer abrir mão.*

E assim ele o faz abre seu peito e de lá, a chama da última pedra se escondia entre vermes e mofo.

*Um coração há muito abandonado por si mesmo...*

A Sátiro se entristece, mas de forma alguma o julga em sua decisão. Abandonar seu coração em um lugar escuro e frio era uma forma de se proteger, porém, era como viver pela metade. Ele entrega a última pedra a Baronesa, que novamente lhe surpreende.

*Ela realmente pode ser ainda mais bela...*

Dura apenas um instante, porém ela logo volta a seu estado costumaz. É revelada então a presença de um traidor. Seu nome o entregará. Enquanto absorve mais aquela informação, Kalliope se aproxima de Zvenn, gira a chave que abre a mente do Sluagh.

*Entrar na cabeça é sempre mais simples que no coração.*

Seus olhos se iluminam ao ver o Berimbau, e o Nocker se adianta. Ele é bom em juntar mecanismos complexos, mas era a primeira vez que via no jovem um ignorante.

*Talvez um dia ele entenda...*

Olha novamente para Lady Evony.

*Talvez um dia...*

Se aproxima do Sluagh e toca seu peito com leveza.

"- Neste caminho sem cor, todos nós ferimos bastante... mas estou vendo que certamente, nenhum de nós tanto quanto você. Lembre que a cabeça faz as perguntas, mas é o coração que dá as respostas. Tenha seu tempo... E depois que explorar a escuridão deste lugar, espero que possamos nos encontrar novamente."

Foi a primeira vez que sentia tamanha proximidade do Sluagh. Esperava que ele encontrasse seu destino assim como ela mesma buscava o seu.
Idris Bancole
Idris Bancole
Mensagens : 256
Data de inscrição : 29/07/2018

O Túnel Preto e Branco - Página 4 Empty Re: O Túnel Preto e Branco

Qua maio 20, 2020 2:13 pm
Idris, cansado e rachado, mesmo que nunca quebrado, observava o desenrolar das cenas com a curiosidade de uma criança. Era lindo presenciar uma aventura, mesmo efetivamente não participando destas..

*Você queimou de maneira linda minha senhora..* - Pensa ao ver o desfalecer da Sidhe - *..Talvez a chama branca de fato queime mais forte..*

Pensa em clara alusão ao Legado manifestado por Evony..

Aos poucos a mixórdia vai recolhendo seus feridos e seguem..

Idris fica um pouco mais para trás, apreciando enquanto vê como aqueles que eram tão díspares entre si trabalhavam para manter suas particularidades enquanto se expunham, de maneira irreparável, aos caprichos da sorte, e, independente do resultado, continuavam à explorar..

Em um piscar de olhos, eles são transportados de volta a sala inicial onde Zvenn finalmente revela não só onde estavam, como de que forma conseguir o Berimbau, e, ao ver a escolha do lânguido sluagh, uma voz que era e não era sua ecoa em sua mente..

*Não existem escolhas erradas..*

.. Idris vê então as honrarias conferidas ao mesmo pela mixórdia, e, um sem número de discursos lhe inundam a mente, indizíveis formas de honrar o desonrado sluagh, mas, ele mantém um silêncio que era mais profundo do que um silêncio normal, era profundo e amplo, como o fim do outono, pesado como um pedregulho alisado pelo rio. O Silêncio em si era o som, o som paciente de flor colhida, do sol que se põe, do homem que espera a morte....

*Perda-se dentro de si mesmo meu amigo, e, se um dia precisares, eu irei lhe trazer de volta...Afinal, não há caminho que eu não ouse trilhar..*

..Até mesmo o pensamento do Eshu era dito baixinho, ele honrava Zvenn da maneira mais inesperada possível, respeitando a inconveniência que era a mera existência do Sluagh.

Passado aquele momento, onde a palavra não dita já havia sido absorvida pelo sonhar, Idris volta-se então ao Nocker que já portava em suas mãos o lendário artefato, e, sem maiores rodeios, apenas questiona:

"-Porque você não o toca?"

Sir Íkkarus Kataskevastís
Sir Íkkarus Kataskevastís
Mensagens : 256
Data de inscrição : 23/07/2018
Idade : 29
Localização : Rio de Janeiro

O Túnel Preto e Branco - Página 4 Empty Re: O Túnel Preto e Branco

Qui maio 21, 2020 12:29 pm
O Nocker estava verdadeiramente hipnotizado pelo brilho do instrumento dourado que estava em suas mãos. Seus dedos deslizavam no mastro, alisando-o como se fosse a pele de uma amante. Depois de tudo o que haviam passado, finalmente tinham os dois instrumentos. Faltava finalmente encontrarem João-Sem-Nome! Entretanto, todo o problema que circundava aquela empreitada homérica se resumia momentaneamente a tocar o sacro utensílio em suas mãos. O Nocker, tão afeito aos trabalhos manuais feitos com esmero, estava em fascínio pela qualidade do instrumento em suas mãos. Não era o ramo de sua alçada; na verdade, Íkkarus com certeza não seria um habilidoso luthier ou artesão de instrumentos. Preferia as máquinas metálicas, os parafusos e porcas apertados com firmeza, o brilho reluzente de um aço bem polido. Apesar disso, ele sabia reconhecer um trabalho perfeitamente executado quando via um! Afinal, ele próprio havia nascido desse tipo de pensamento... os pensamentos e desejos da perfeição nas criações humanas. Era isso que sustentava a sua essência e era isso que ele mais apreciava em ver.

E ele sentia isso no instrumento em suas mãos!

Do mastro, os dedos do Nocker passam mais uma vez pelo grosso fio esticado que ligava as duas pontas levemente e milimetricamente encurvadas. Sentia o farfalhar da lisura em meio as ondas de suas próprias impressões. Se imprimisse força, tinha certeza que ganharia um profundo corte, diante da tensão imprimida! Os olhos amarelados do Changeling, tão dourados quanto o próprio instrumento, estavam absortos no fio fortemente esticado quando sua atenção é trazido novamente ao local em que estavam pela voz de Idris. O tremor das cordas vocais do Eshu entram em ressonância com o fio do berimbau, que treme entre os dedos do Nocker, mais uma vez trazido para aquele mundo preto e branco.

'- Tocar?'

Seria o Nocker capaz?

Íkkarus não era instrumentista de nada! Não compreendia a teoria musical para além da existência das sete notas musicais. Entretanto, o pedido do companheiro, somado com a honra de segurar tal instrumento, davam certo fôlego ao jovem. Ele, então, pega a varela firmemente em sua mão direita, cipoando-a no meio do fio dourado tensionado. Uma vibração se espalha do ponto do impacto até os dedos da mão esquerda do Nocker, que empunhavam o mastro mais próximo a cabaça. Depois da primeira, vem a segunda cipoada, depois a terceira, quarta. O jovem não sabia muito como tocar o instrumento, nem tinha muito ritmo, mas tentava dar uma cadência aos golpes, como se tentasse apreciar o som produzido por aquele instrumento.

-1 FdV para tocar berimbau.

O Nocker lembra de uma música, de uma vez que havia visitado Salvador. Um toque lento e ritmado que seria fácil de reproduzir. Ele começa a cipoar o fio de ouro com a vareta dourada, numa cadência lenta. Do impacto, surgia a música, aos poucos.
Admin
Admin
Admin
Mensagens : 511
Data de inscrição : 26/06/2018
https://ducado-do-belo-mar.forumeiros.com

O Túnel Preto e Branco - Página 4 Empty Re: O Túnel Preto e Branco

Qui maio 21, 2020 2:13 pm


Não era algo fácil, mas Ikkarus conseguia fazer os toques, a vibração do Berimbau era profunda e reverberava no corpo de todos, principalmente de Ídris que sentia que aquilo quase o trazia uma recordação esquecida. QUASE.

Conforme Íkkarus se ajusta ao instrumento, a Mixórdia sentia uma mudança em seus corpos. Seus corpos pareciam acompanhar o ritmo da música e sentia que estavam mais lentos, aparentemente era um dos efeitos do Berimbau. O mundo em volta aos poucos ia mudando, assumindo novamente cores e desvanecendo. Todos sentem um calor de Glamour e um cheiro forte de óleo e graxa. Pareciam estar em uma espécie de laboratório de pesquisas meio abandonado, havia uma pequena fornalha que emanava um calor em forma de Glamour.

Íkkarus reconhecia o lugar muito bem. Era seu Freehold e pelo menos ali, estavam em segurança. Quando o Nocker para de tocar, todos voltam à sua velocidade normal.

Zvenn não estava lá e Arianna ainda estava desacordada sem forma faérica.
Sir Íkkarus Kataskevastís
Sir Íkkarus Kataskevastís
Mensagens : 256
Data de inscrição : 23/07/2018
Idade : 29
Localização : Rio de Janeiro

O Túnel Preto e Branco - Página 4 Empty Re: O Túnel Preto e Branco

Qui maio 21, 2020 3:37 pm
O Nocker tinha sucesso! Seus ouvidos se oriçavam com o som produzido com as cipoadas dadas com a vareta. Sua mão vibrava junto com o fio dourado e essa vibração se reverberava para o braço do Estouvado, chegando ao seu corpo e se defasando pelo resto de suas partes, chegando até a ponta do seu dedão! Era uma sensação reconfortante, acompanhada com a mudança da paleta monocromática do cenário que os envolvia. A cor tomava conta de cada canto daquele local, assim como a velocidade ao redor deles parecia se reduzir no ritmo da canção.

E não era só isso!

*Eu reconheço aquela mesa... aquele borrão ali parece a minha marreta de forj.... MINHA FORNALHA!*

As coisas começaram a virar um borrão diante dos olhos amarelados de Íkkarus. Aos poucos, o cenário ia mudando para...

'- MINHA OFICINA!'

Sim, estavam na velha oficina do Nocker, escondida no Setor de Mecatrônica da UFRJ. O Nocker para diante de sua fornalha, de onde crepitavam a chamas glamourosas de seu Freehold. Sentia-se aquecido. Seguro. Estando ali, o Estouvado para de tocar, observando sua Mixordia, mais tranquilo agora.

'- Bem vindos, ao meu refúgio, amigos!'

Zvenn obviamente havia ficado. E Arianna ainda estava desacordada, aninhada pelos braços de Margarita. O Nocker vai até a Sátiro, apontando para um mesa ao seu lado. Havia muita parafernália ali. Ele entrega o berimbau nas mãos do Eshu e, com as mãos vazias, ele faz um limpa na mesa. Na verdade, ele apenas joga toda a parafernália no chão.

'- Pronto, coloque-a aqui... creio que num local como esse possamos trazê-la de volta!'

O Túnel Preto e Branco - Página 4 Manon-bonnafoux-composition3O Túnel Preto e Branco - Página 4 Davide-tirindelli-test-011
Condessa Evony de Eiluned
Condessa Evony de Eiluned
Mensagens : 279
Data de inscrição : 23/07/2018

O Túnel Preto e Branco - Página 4 Empty Re: O Túnel Preto e Branco

Qui maio 21, 2020 8:17 pm
A Baronesa escuta as palavras de Margarita para o Sluagh e apenas fica em silêncio observando as despedidas. Os outros que sempre a julgavam nem ao menos se despedem do Sluagh e isso irrita a Sidhe:

*Hipócritas. Todo esse papinho de Honra e nem ao menos dizem adeus a alguém que está se sacrificando por nossos objetivos? E ainda tem audácia de me julgar...*

O Nocker logo põe suas patas gananciosas e sujas no Berimbau e o Eshu diz para que ele o toque. 

Como se um gancho invisível a puxasse pelo umbigo e o tempo corresse devagar, a medida que Ikkarus tocava o Berimbau o espaço-tempo se curvava ao tesouro e logo eles estavam no Freehold do Nocker. Ela podia sentir o poder do local e já havia sido avisada que ele mantinha esse segredo.

*Como esse pebleu tem um Freehold e eu não? Eu que MEREÇO algo assim* pensa a invejosa Sidhe.

Disfarçando seu veneno a Baronesa apenas fala:

"- Devemos marcar uma reunião com o Duque e falar que já temos os dois tesouro e em breve podemos seguir com a busca por João Sem-Nome. Arianna vai se recuperar após descansar um pouco nesse freehold."
Margarita Martinez
Margarita Martinez
Mensagens : 113
Data de inscrição : 21/03/2019

O Túnel Preto e Branco - Página 4 Empty Re: O Túnel Preto e Branco

Sex maio 22, 2020 12:18 am
Após suas palavras, Margarita se afasta do Sluagh. Quando este estivesse pronto, estaria pronto então. Repara Ídris olhando-o de forma profunda, mas sem proferir nenhuma palavra. Ele, que sempre se munia das palavras para embalar suas ações, se fazia calado.

*Difícil sequer imaginar um momento em que as palavras lhe fugissem...*

E como num pequeno despertar, este se dirige ao Nocker, que com aquele incentivo, começa a tocar o berimbau.

Ela coloca então Lady Arianna no chão com cuidado e a apoia descansando em seu peito. Seu corpo, maior que o normal, ainda era belo, e a Sátiro a protegia com carinho enquanto escutava Íkkarus em sua tentativa de melodia.

Seu golpear da corda seguia incerto, mas algo ali acontecia. Movia-se com lentidão a cada nota reverberada. O ambiente preto e branco se dissolvia. As cores, insaturadas, iam ganhando força a cada vibração, e o calor de uma pequena fornalha vencia o frio que era sentido na escolha do Sluagh em permanecer.

Ao parar de tocar, o jovem estouvado se ilumina num claro retorno ao que ele considerava um lar. Ele indica uma mesa e a negra cor de canela levanta novamente o pesado corpo de Arianna da forma mais delicada que consegue. Repousa a Sidhe na mesa com cuidado e dá um beijo em sua testa.

"- O calor de seus impulsos não podem estar perdidos... Por favor... Encontre o caminho de volta, minha Nobre..." - Sussurra em seu ouvido com carinho e se afasta.

Às palavras da Baronesa, a olhos cinzentos apenas maneia a cabeça em concordância.

*Espero que o descanso seja o suficiente...* - Pensa com esperança.

O lugar parecia incrível tanto quanto a empolgação do pequeno construtor em voltar alí, porém, não sente vontade de comemorar. A Mixórdia tinha agora um pedaço a menos, e se nada acontecesse, talvez dois. Senta próximo à fornalha e não fala mais nada, apenas observa velando pela recuperação da companheira ferida.
Idris Bancole
Idris Bancole
Mensagens : 256
Data de inscrição : 29/07/2018

O Túnel Preto e Branco - Página 4 Empty Re: O Túnel Preto e Branco

Sex maio 22, 2020 1:57 pm
Quando o hábil Nocker começa a timidamente testar o instrumento, o artífice perfeccionista se transmuta numa criança a testar um novo brinquedo, porém, guiado pelo glamour do artefato e impondo sua vontade, o que antes era o gentil toque de conhecimento se torna uma vigorosa vareta de maestro conduzindo uma orquestra individual..

*Han.. Não..Não...*

.. o Reverberar do som transcendia a carne e ecoava nas paredes das múltiplas consciências das vidas do Eshu que nele residiam, e, mais uma vez, as cruéis brumas lhe dão um vislumbre, sem contudo, deixar que o mesmo recorde-se por completo.

Idris não sabia se estava a arder pela curiosidade, pela raiva ou pelo desespero de tentar apegar-se a memória, mas, quando novamente abre os olhos, ele sente o calor do glamour aquecer-lhe, e, tão rápidos quanto vieram, os sentimentos se vão e este se vê naquilo que parecia um Freehold, e, tão logo este recorda de como falar, percebe pertencer este a ninguém menos do que Ikkarus.

*O que aconteceria se tivesse sido eu a tocar... não tenho casa e todos os locais são minha morada..*

Porém, tão logo o primeiro momento passa, todo o cansaço acumulado, juntamente com as feridas se assomam sobre o Eshu, e este, vendo a não mais tão pequena Sidhe ferida ser depositada em uma cama, responde à Baronesa..

"-Sim Lady Evony, porém, seria interessante sermos cautelosos, afinal, sabemos agora que existe um traidor na Corte, e, o que agora possuímos será fruto de cobiça de quem quer que seja.."

Ele olha a todos cansado e apenas questiona..

"-Se não se opor Mestre Ikkarus, descansaremos aqui também, afinal, ainda que ele.. - Fala apontando com a cabeça para o gato -.. esteja em seu pleno vigor, eu estou completamente desgastado.."



Sir Íkkarus Kataskevastís
Sir Íkkarus Kataskevastís
Mensagens : 256
Data de inscrição : 23/07/2018
Idade : 29
Localização : Rio de Janeiro

O Túnel Preto e Branco - Página 4 Empty Re: O Túnel Preto e Branco

Sex maio 22, 2020 3:01 pm
A Sátiro põe a Sidhe sobre a mesa, enquanto a Baronesa falava sobre o Duque, marcar reuniões e seguir com a missão. Era realmente uma necessidade, diante de tudo o que vinha ocorrendo com eles. O Eshu, porém, antes tão ávido pela impulsividade, pedia agora cautela. Era estranho ouvir aquelas palavras vindas do lábios de Idris, não parecia sequer ser algo que encaixava bem no seu tom de voz! O Eshu estava cansado e isso se rebatia na sua forma de pensar. Não que ele não tivesse razão.

O Nocker, então, responde o pedido de asilo momentâneo do companheiro:

'- Não há problemas, Idris. A minha oficina sempre será um refúgio para os amigos... não é um hotel cinco estrelas, claro... não dá nem pra dar uma estrela pra essa espelunca aqui... mas podemos nos ajeitar...'

Ele faz uma pausa, mas logo continua:

'- Porém, acho que podemos aproveitar esse tempo para conversarmos entre nós. A Baronesa tem razão quando tem pressa. Zvenn não foi o único que recebeu informações naqueles túneis... eu também ouvi falar sobre o tal traidor! Não só sobre isso...'

O Nocker pega sua mochila, a qual levava pendurada em um dos braços, abrindo-a e revelando um pequeno aparelho, ainda cheio de teias destensionadas.

'- A Imperatriz do Inverno se prepara para uma batalha contra o Ducado... e ela terá um robô gigante nessa guerra. Por isso eu estava no túnel do metro, estava atrás desse reator. Com ele construirei um sentinela para combater o dela.'
Idris Bancole
Idris Bancole
Mensagens : 256
Data de inscrição : 29/07/2018

O Túnel Preto e Branco - Página 4 Empty Re: O Túnel Preto e Branco

Seg maio 25, 2020 1:42 pm
O Eshu, enquanto escutava as palavras de Ikkarus, encontra um lugar para sentar e depositar o peso de seu cansaço..

*Seria tão fácil só fechar os....*

.. mas, assim que o pensamento começa a lhe ocorrer ele escuta o ziper da mochila sendo aberto reagindo em harmonia com a fala do mesmo e então, as chamas da curiosidade se abatem sobre o mesmo.

"-Eu creio que perdi tempo demais vagando, pois, de nada estou ciente, mas, se uma batalha se aproxima, de fato o tempo está contra nós.."

Ele olha para Evony e questiona..

"-Devemos mandar um mensageiro ao Ducado?"

..Virando-se para Margarita ele questiona..

"-Ou deveriamos tocar nós mesmos os artefatos e partirmos em busca do Bardo?"

..Por fim ele volta à Ikkarus..

"-Em quanto tempo acha que terás seu sentinela? Precisas de algo de mim meu amigo? Minhas artes, ainda que não tenham sido desenvolvidas nesta intenção, são bastante vantajosas em um combate.."
Condessa Evony de Eiluned
Condessa Evony de Eiluned
Mensagens : 279
Data de inscrição : 23/07/2018

O Túnel Preto e Branco - Página 4 Empty Re: O Túnel Preto e Branco

Seg maio 25, 2020 6:23 pm
A Baronesa escuta as informações do Nocker sobre uma guerra e fica pensativa.

*Guerra? A Imperatriz realmente está louca!*

Ikkarus fala em construir uma máquina de guerra para combater algo semelhante que a Imperatriz teria em seu exército e isso interessa a Sidhe. Mas deixaria para depois. 

O Eshu fala sobre avisar ao Duque ou até mesmo ir imediatamente para o Sonhar profundo em busca de João sem-nome.

A Baronesa fala: 

"- Nós devemos ir até ao Duque. Ele precisa saber do ataque para preparar as suas defesas. Não temos condições de simplesmente ir ao sonhar profundo. Precisamos nos preparar, precisamos de mais informações ou seria como procurar uma agulha no palheiro. Vamos esperar até que Lady Arianna volte a si e iremos conversar com o Duque. Também precisamos eliminar o traidor, não podemos deixar o Ducado enquanto ele corre perigo."


*Não sem antes falar com o Duque... Ele precisará me recompensar por ter conseguidos os dois tesouros em tão pouco tempo e por essas informações...*
Margarita Martinez
Margarita Martinez
Mensagens : 113
Data de inscrição : 21/03/2019

O Túnel Preto e Branco - Página 4 Empty Re: O Túnel Preto e Branco

Ter maio 26, 2020 4:05 am
Em seu canto, a Sátiro os escuta falar... E falar, e falar... Apesar de esboçar algumas palavras em alguns momentos, estas se aquietam frente à conversa que se trazia à luz daquele tímido, porém aconchegante Freehold. Sentada próxima a fornalha, abraçando os joelhos onde apoiava seu queixo, seu olhar corre de um a outro da Mixórdia a medida que as palavras dançavam de um para outro.

O cansaço fazia o Eshu querer caminhar mais devagar, pontuando o traidor que ainda não havia se revelado, já o Nocker, sempre tão cauteloso, enchia-se de ímpeto ante a possibilidade de montar um construto que iria de encontro ao da própria Imperatriz.

*Um João Sem Nome nos trará a canção... Um nome sem rosto executará a traição... Temos muito, mas ainda não temos nada.*

Quando o andarilho lhe faz uma pergunta, seus olhos cinzentos o encaram. A voz de Marga parecia vir de um lugar distante, de onde as palavras exigiam um esforço hercúleo para atravessar o espaço infinito entre seus pensamentos e finalmente poderem se libertar através de seus lábios cor de canela e finalmente responder:

"Temos os instrumentos, mas ainda precisamos de Melodia e Verso. O Duque nos confiou encontrar os instrumentos lendários e voltar enquanto ele e os outros antigos ficaram para proteger o Ducado. Se uma guerra irá começar, ele precisa saber."

Sua voz, triste e amarga, mal parece sua. Tira do bolso seu cantil e suspira, fechando os olhos por um breve instante. Toma um gole generoso do que o frasco lhe oferecia e continua:

"O último ataque custou caro... Caro até demais... Precisamos avisá-los. Quando mergulharmos no Sonhar, não haverá chance para arrependimentos."

Bebe mais um gole da bebida, e agora olha para Íkkarus, reforçando a pergunta do Eshu:

"Precisa de algo ainda fora esse reator? Quanto tempo precisa para que esteja pronto, meu amigo?"
Sir Íkkarus Kataskevastís
Sir Íkkarus Kataskevastís
Mensagens : 256
Data de inscrição : 23/07/2018
Idade : 29
Localização : Rio de Janeiro

O Túnel Preto e Branco - Página 4 Empty Re: O Túnel Preto e Branco

Ter maio 26, 2020 8:42 pm
Os companheiros estavam fisicamente acabados, perceptivelmente abalados pelas perdas e a empreitada em que a Mixórdia havia rumado rumo ao rumo monocromático. Diante das novas informações, porém, a trupe parecia reunir as poucas forças que tinha para pensar. O Eshu coloca muitas questões, voltando inclusive a sua faceta mais intempestiva, indicando inclusive a possibilidade deles rumarem logo atrás de João Sem-Nome. A Baronesa, porém, o interpõe antes que qualquer outra pessoa se somasse justamente àquela possibilidade. O Nocker concorda com a cabeça. Precisariam de preparação para rumar naquela missão. A Sátiro também concorda com as precauções postas pela Sidhe. Porém, tanto ela quanto o próprio Eshu questionam o jovem mecânico sobre sua criação.

Íkkarus, se aproxima de uma das mesas que ainda tinha muitas coisas sobre ela. Ele enfia a mão no meio da parafernália, tirando um caderninho surrado, com a capa de couro toda riscada devido as pontas soltas metálicas que se mostravam sobressalentes naquele monte. O Nocker, porém, tira sua mão sem qualquer machucado, com muita facilidade, como se ele próprio conhecesse cada uma das plaquetas, dos pregos, parafusos e parafusetas que se dispunham naquela pilha.

'- Deixe eu ver...'

Ele começa a rabiscar números, símbolos. Fazia contas, rascunhos e detalhes. Tudo isso muito rapidamente. Era como se a mente do jovem Estouvado tivesse permanecido em funcionamento desde que descobrira a notícia do inimigo metálico que surgiria, como se as engrenagens de sua mente tivessem permanecido em constante funcionamento, pensando na sua própria invenção. 

Ele pousa a ponta do lápis que usava nos lábios, voltando a falar:

'- Tempo é relativo, meus caros... nada perfeito é criado em pouco tempo! É necessário exatidão nos cálculos, medidas, coeficientes os materiais utilizados... eu preciso de peças... sim, muitas peças...'

O Nocker andava pela oficina, enquanto gesticulava bastante com as mãos, como se fosse possível moldar as estruturas do robô diante de seus olhos. Ele pega uma trena, medindo um comprimento em pleno ar:

'- Eu ainda não sei quanto tempo precisarei, amigos... tampouco tudo o que precisarei... mas sei que será um projeto complexo! Isso sei! Talvez minha maior criação depois do Pepe...'

Ele olha para a Quimera, lhe dizendo:

'- Desculpe, amigo, mas é a pura verdade...'
Conteúdo patrocinado

O Túnel Preto e Branco - Página 4 Empty Re: O Túnel Preto e Branco

Ir para o topo
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos